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Casos de dengue no Brasil: novo panorama

O ano de 2025 começou com uma redução geral nos casos de dengue, mas algumas regiões, como São Paulo, Tocantins e Pernambuco, ainda registram alta incidência. Além disso, a circulação do sorotipo 3 e o avanço da febre do Oropouche acendem um novo sinal de alerta para a saúde pública.

Diante deste cenário, quais devem ser as estratégias adotadas para conter a doença? A vacinação está avançando? Continue a leitura e se atualize sobre o panorama da dengue no Brasil.

Cenário atual da dengue no Brasil

Após um aumento expressivo dos casos de dengue em 2024, o qual registrou cerca de 1.345.801 casos prováveis apenas nas primeiras nove semanas epidemiológicas do ano, os primeiros meses de 2025 indicaram uma redução no número de notificações na maioria das regiões do país.

Por outro lado, alguns estados registram crescimento preocupante, especialmente em São Paulo, que contabilizou, até janeiro de 2025, mais de 94 mil casos prováveis, com mais de 100 óbitos em investigação e 23 mortes confirmadas.

Outras áreas que merecem atenção incluem Tocantins (Norte), Pernambuco (Nordeste) e Mato Grosso (Centro-Oeste), que também apresentam alta incidência da doença. Em contrapartida, estados como Rio de Janeiro registram queda significativa nos primeiros meses do ano, demonstrando um cenário epidemiológico variado.

Importante destacar que até a 4ª semana epidemiológica de 2025, o Brasil registrou 160.984 casos prováveis de dengue e 33 mortes.

Sorotipo 3 da dengue: um fator de risco

Um dos principais fatores associados ao aumento de casos no Sudeste é a circulação crescente do sorotipo 3 da dengue, que encontra-se em expansão desde julho de 2024. O impacto desse sorotipo é significativo porque grande parte da populaçãonunca teve contato com essa variante do vírus, aumentando o risco de infecção e agravamento da doença.

Essa dinâmica epidemiológica tem sido determinante no aumento dos casos em São Paulo e, em menor escala, no Paraná, segundo especialistas do Ministério da Saúde.

Além da dengue, o Brasil enfrenta um surto de febre do Oropouche, um arbovírus que causa sintomas semelhantes aos da dengue e chikungunya. Em 2025, quase 3 mil casos já foram registrados, sendo 95% das notificações concentradas no Espírito Santo, o que torna a doença uma preocupação adicional no verão.

Medidas de prevenção e controle da Dengue

Diante do cenário preocupante, o governo federal ativou, de maneira preventiva, o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue) em 9 de janeiro de 2025. Desde então, diversas ações foram implementadas para fortalecer a resposta à dengue e a outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, incluindo:

  • Visitas técnicas a estados com maior incidência para alinhamento com secretarias de saúde;
  • Reuniões ampliadas do COE, envolvendo especialistas em medicina, farmácia, psicologia e epidemiologia;
  • Distribuição de 4,5 milhões de testes rápidos, parte dos 6,5 milhões adquiridos pelo governo federal;
  • Webinários e capacitações para profissionais de saúde, reforçando a preparação para o atendimento de casos.

Vacina contra a dengue: uma nova esperança

Uma das estratégias mais promissoras é a vacinação. Em 2024, o Brasil começou a disponibilizar a vacina Qdenga, aprovada pela Anvisa, para prevenção da dengue em pessoas de 4 a 60 anos.

A vacina já está sendo incorporada em alguns estados no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e tem mostrado eficácia significativa contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. No entanto, sua distribuição ainda ocorre de forma gradual e precisa ser ampliada para um impacto maior na redução dos casos.

Prevenção

Embora a vacinação seja uma ferramenta importante, a prevenção da dengue ainda depende de ações conjuntas entre poder público e população. Algumas das principais medidas incluem:

  • Eliminação de criadouros: evitar água parada em vasos, pneus e recipientes.
  • Uso de repelentes e roupas adequadas, especialmente em áreas de risco.
    Monitoramento de sintomas: procurar atendimento médico em caso de febre alta, dores no corpo e sinais de desidratação.
  • Adoção de políticas públicas eficazes, incluindo reforço na vigilância epidemiológica e campanhas de conscientização.

O ano de 2025 começou com queda geral nos casos de dengue, mas o cenário ainda exige atenção, especialmente em São Paulo e outras regiões com aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue.

Além disso, a febre do Oropouche surge como um novo desafio, reforçando a necessidade de vigilância contínua e ações coordenadas entre União, estados e municípios. Desta forma, a vacinação e as medidas preventivas seguem como as principais estratégias para conter a disseminação da doença e proteger a população.

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Referências:

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