A punção raquidiana, também conhecida como punção lombar, é um procedimento amplamente utilizado em anestesias espinhais, administração de medicamentos e coleta de líquor. Por ser uma técnica delicada e invasiva, a escolha da agulha adequada é um dos principais fatores para garantir a segurança do paciente, o sucesso do procedimento e a redução de complicações.
No conteúdo de hoje, trouxemos algumas orientações baseadas em evidências para aprimorar a prática clínica e minimizar riscos durante a realização da punção raquidiana. Continue a leitura para saber mais!
Por que a escolha da agulha é essencial para a segurança do procedimento?
A seleção da agulha utilizada na punção raquidiana influencia diretamente a taxa de sucesso do procedimento e a incidência de efeitos adversos, especialmente a cefaleia pós-punção dural (CPPD). As agulhas são classificadas principalmente em dois tipos: agulhas cortantes e agulhas não cortantes, também chamadas de atraumáticas ou “pencil-point”.
Estudos clínicos e meta-análises demonstram que o uso de agulhas não cortantes reduz significativamente o risco de CPPD em comparação com agulhas cortantes, sem comprometer a eficácia do procedimento ou aumentar a taxa de falhas. Diretrizes internacionais, incluindo recomendações para anestesia obstétrica e procedimentos diagnósticos, orientam o uso preferencial de agulhas não cortantes em todas as faixas etárias.
Além do tipo de ponta, o calibre da agulha também é um fator importante. Agulhas de menor calibre (maior gauge) estão associadas a uma redução adicional no risco de CPPD. No entanto, mesmo quando se opta por calibres maiores, o impacto do tipo de ponta permanece mais relevante.
Outro ponto é que as agulhas atraumáticas, quando escolhidas com calibre adequado (geralmente ≥0,7 mm), não comprometem a acurácia da mensuração da pressão de abertura do líquor, sendo recomendadas tanto para uso diagnóstico quanto terapêutico.
Além da segurança clínica, o uso de agulhas de melhor qualidade também traz benefícios econômicos, com redução nas taxas de reinternação e menor necessidade de intervenções como o “blood patch epidural”, frequentemente utilizado para tratar a cefaleia pós-raqui.
Principais complicações associadas à punção raquidiana
Embora considerada um procedimento seguro, a punção raquidiana não está isenta de riscos. A escolha da agulha, associada a uma técnica adequada e à seleção criteriosa dos pacientes, é importante para minimizar esses efeitos.
Como mencionado anteriormente, o evento adverso mais comum é a cefaleia pós-punção dural (CPPD), que pode ocorrer em até 33% dos pacientes, com maior incidência em mulheres jovens, pacientes com baixo índice de massa corporal (IMC) e aqueles com histórico prévio de cefaleia. O uso de agulhas atraumáticas e de menor calibre é a principal estratégia preventiva.
Outra complicação frequente é a lombalgia transitória, geralmente autolimitada, com prevalência de até 5% dos casos. Síncope vasovagal pode ocorrer durante ou logo após o procedimento, especialmente em pacientes ansiosos ou hipovolêmicos.
Já as complicações neurológicas graves são raras, mas incluem hematoma subdural, hematoma epidural, síndrome da cauda equina e, em casos de contraindicação não identificada, como hipertensão intracraniana não tratada, o risco de herniação cerebral, que pode ser fatal.
Infecções, como meningite ou abscesso local, são eventos incomuns, sobretudo quando se adota técnica asséptica rigorosa. Em neonatos, podem ocorrer eventos como bradicardia e dessaturação, sendo a posição sentada associada a menor risco em comparação ao decúbito lateral.
Outras complicações descritas incluem parestesias transitórias, incontinência urinária ou fecal, e, em situações raras, complicações inflamatórias como aracnoidite.
Como a Labor Health Supply pode contribuir para a segurança da punção raquidiana?
A escolha da agulha para a punção raquidiana é uma decisão clínica que deve considerar não apenas a preferência do profissional ou o custo do material, mas, principalmente, os impactos na segurança e nos desfechos do paciente. Optar por agulhas com design atraumático e calibre adequado é uma estratégia fundamentada em evidências científicas para reduzir complicações como a cefaleia pós-punção dural (CPPD), além de garantir a eficácia diagnóstica e terapêutica do procedimento.
Com foco nesses critérios de qualidade e segurança, a Labor Health Supply disponibiliza agulhas anestésicas espinhais com características técnicas que atendem às exigências das boas práticas clínicas. O portfólio inclui modelos projetados para minimizar o risco de complicações sem comprometer a precisão do procedimento. Conheça nosso portfólio em: Agulha Anestésica Espinhal Raquidiana – Labor Health Supply
Referências:
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