O dia 27 de novembro é o Dia Nacional de Combate ao Câncer. A data foi criada em 1988, com o intuito de ampliar o conhecimento da população sobre as formas de prevenção e de tratamento da doença.
As campanhas educativas visando à prevenção do câncer, tão comuns em nossos dias, constituem uma das grandes preocupações de saúde pública em diversas partes do mundo. No Brasil, a cada ano são elaboradas campanhas contra o fumo; de estímulo a hábitos alimentares sadios; de restrição ao banho de mar em determinados horários; e de incentivo ao autoexame de mama e à prática de exames ginecológicos periódicos para mulheres com mais de 40 anos. Além do dia Nacional de combate ao câncer, temos outras datas para conscientização, como: 31 de maio (Dia Mundial sem Tabaco), 29 de agosto (Dia de Combate ao Fumo), além do Outubro Rosa e Novembro Azul, onde por meio destas campanhas são elaboradas intervenções em lugares de grande circulação, como praças ou estações de metrô das grandes metrópoles brasileiras, em mídias de grande circulação e redes sociais. Nessas ocasiões, cartazes procuram demonstrar os males causados pelo hábito de fumar, e profissionais orientam sobre hábitos mais saudáveis. Sua intenção é mobilizar a sociedade para participar da prevenção e intervir de forma dinâmica, estimulando o questionamento e, consequentemente, a mudança de comportamento, além de instruções do autoexame da mama, a procura por exames de diagnóstico e a maturação da informação junto aos homens, que ainda oferecem muita resistência na busca do autoexame da próstata.
Seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde e da International Union Against Câncer, a elaboração e a divulgação dessas campanhas são ações centrais na política de controle da doença, coordenada e, em parte, executada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca*), do Ministério da Saúde.
* O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é o órgão do Ministério da Saúde responsável por apoiar as ações nacionais para a prevenção e o controle do câncer no Brasil. Atua nas áreas de pesquisa, ensino, assistência, prevenção e vigilância do câncer e gestão da rede de atenção oncológica.
Mas, o que é o câncer?
Por definição, câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e os órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico precoce é uma estratégia que possibilita terapias mais simples e efetivas, ao contribuir para a redução do estágio de apresentação do câncer. Por essa razão, o conceito de diagnóstico precoce é por vezes nomeado de down-staging. É importante que a população em geral e os profissionais de saúde reconheçam os sinais de alerta dos cânceres mais comuns passíveis de melhor prognóstico, se descobertos no início. O Quadro 1 apresenta a síntese dos principais sinais e sintomas de alguns dos mais prevalentes.
Quadro 1: Sinais e sintomas associados com cânceres passíveis de diagnóstico precoce
Fonte: (Adaptado: WHO, 2007).
Quadro 2: Recomendações para detecção precoce dos cânceres mais prevalentes
Fonte: Adaptado de UICC, 2006.
O quadro 2 apresenta as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para detecção precoce dos cânceres mais prevalentes. Como se pode observar, atualmente a indicação para o rastreamento está restrita aos cânceres de mama, colo de útero, cólon e reto. Entretanto, praticamente todos entre os listados, exceto o câncer de pulmão e esôfago, são passíveis de diagnóstico precoce mediante avaliação e encaminhamento oportunos após os primeiros sinais e sintomas. A detecção precoce pode salvar vidas, reduzir a morbidade associada ao curso da doença e diminuir custos do sistema de saúde relacionados ao tratamento das doenças.
O INCA considera como principais fatores de risco para o câncer: tabagismo; alcoolismo; hábitos alimentares, principalmente em relação ao consumo de alimentos ricos em gordura, nitritos, alcatrão e aflatoxina; as radiações ionizantes e as radiações ultravioletas natural, provenientes do Sol; o uso de medicamentos, que podem ter efeito carcinogênico, ou ainda supressores imunológicos; o uso de hormônios e fatores reprodutivos; o contato com os agentes infecciosos e parasitários; a exposição ocupacional, sendo a agentes químicos, físicos ou biológicos; e a poluição do ambiente geral.
A prevenção primária destaca-se como a melhor alternativa quando comparada ao diagnóstico ou mesmo ao tratamento do câncer. Visto que apesar de sermos incapazes de mudar nossa predisposição genética, podemos ter a possibilidade de intervenção para prevenir exposições e os fatores causais do câncer.
A prevenção secundária é o rastreamento (screening) do câncer. Entende-se por rastreamento a avaliação de indivíduos assintomáticos, a fim de classificá-los como candidatos a exames mais refinados de avaliação, tendo como objetivo descobrir um câncer oculto ou uma afecção pré-maligna que pode ser curada com tratamento.
Ampliar o conhecimento da população brasileira sobre o câncer, principalmente sobre a sua prevenção, pode salvar vidas.
FONTE:
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria do Ministério da Saúde GM nº 707, de dezembro de 1988, que institui o Dia 27 de novembro, dia Nacional de Combate ao Câncer.
BRASIL. CADERNO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf
CESTARI, Maria Elisa Wotzasek; ZAGO, Márcia Maria Fontão. A prevenção do câncer e a promoção da saúde: um desafio para o Século XXI. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 58, n. 2, p. 218-221, Apr. 2005.
COSTA, Manuela Castilho Coimbra; TEIXEIRA, Luiz Antonio. Como campanhas educativas contra o câncer. Hist. cienc. Saúde-Manguinhos. Rio de Janeiro, v. 17, supl. 1, p. 223-241, julho de 2010.
FUNDAÇÃO DO CÂNCER. Disponível em : < https://www.cancer.org.br/sobre-o-cancer/eventos-e-campanhas/nossas-campanhas/dia-nacional-de-combate-ao-cancer-2/>.
INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Disponível em http://www.inca.gov.br.