A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiper-responsividade das vias aérea inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, aperto no peito e tosse, principalmente à noite e pela manhã, ao despertar.
A asma pode aparecer inicialmente em qualquer idade, desde recém-nascidos até na velhice, concomitantemente ou não com as alergias das vias aéreas superiores, sendo que na pessoa idosa a tendência é a cronicidade, ao invés de crises recorrentes na infância.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde (MS), a asma é a quarta causa de hospitalização e terceiro maior gasto do Sistema Único de Saude (SUS), que totaliza cerca de 250 mil internações ao ano, ou 2,3% do total. É hoje a terceira causa de internações entre crianças e adultos jovens no país e, a maioria destas internações acontece justamente com pacientes que não fazem uso regular de medicamentos de manutenção.
São complicações possíveis da crise de asma: infecção respiratória, desidratação, atelectasias por tampões de muco, síncope por tosse, pneumotórax, cor pulmonale agudo, fadiga respiratória e insuficiência respiratória com hipercapnia, hipoxemia e suas consequências, como agitação psicomotora, coma, parada cardiorrespiratória e óbito.
As exacerbações da asma são episódios caracterizados por um aumento progressivo dos sintomas de falta de ar, tosse, chiado ou aperto no peito e diminuição progressiva da função pulmonar, ou seja, eles representam uma mudança do estado normal do paciente. As exacerbações podem ocorrer em pacientes com um diagnóstico preexistente de asma ou como a primeira manifestação.
O diagnóstico clínico de asma deve ser pensado diante de todos os casos de paciente com queixa de chiado no peito e/ou dor torácica acompanhada de tosse seca assim como 1 ou mais idas às emergências no mês, tosse durante ou imediatamente após exercício físico, sibilância desencadeada por aeroalérgenos, medicamentos e mudanças climáticas, resfriados frequentes acompanhados de chiado e tosse seca persistente. No lactente, consideramos o diagnóstico de asma, diante de mais de 3 episódios de chiado dentro dos primeiros 2 anos de vida e que melhoram com medicação para asma. Entretanto, deve-se lembrar que “nem tudo que sibila é asma” e que várias condições podem mimetizar asma aguda no adulto.
O tratamento da asma é o controle total dos sintomas, e as metas do tratamento da asma aguda grave são:
- a) manter adequada saturação de oxigênio arterial através da suplementação de oxigênio;
- b) aliviar a obstrução do fluxo aéreo através de repetidas administrações de broncodilatadores;
- c) reduzir a inflamação das vias aéreas e
- d) prevenir futuras recidivas com a administração de corticosteroides sistêmicos.
O tratamento com corticoides sistêmicos (CS) são essenciais no tratamento da exacerbação e devem ser usados precocemente.
Para tratamento da crise no pronto socorro em esquema de dose única ou ataque, utiliza se para uso oral a prednisona ou prednisolona.
Oxigenoterapia: oxigênio deve ser administrado imediatamente para todos os pacientes com asma aguda que apresentarem SpO2 menor que 92%, através de cânula nasal. Este deve ser realizado utilizando um cateter tipo óculos.
A oxigenioterapia é a primeira medida a ser tomada diante de um paciente com asma aguda na sala de emergência. Manter ambiente calmo, se criança, mantê-la tranquila, e sempre orientar os pais ou o paciente.
Legenda:
1)Conector
2)Tubo Principal de Conexão;
3)Conector para Três Vias;
4)Grampo;
5)Tubo de Conexão Ramificada;
6)Adaptador de Narina.
De acordo com as Diretrizes para asma da SBPT (2012), a asfixia é a principal causa de óbito na quase totalidade dos casos. A maior parte dos pacientes que morrem apresenta doença crônica e mal controlada. A mortalidade se associa ainda com tratamento precário (em especial, uso inadequado de corticoide inalatório) e subestimação da gravidade da doença, tanto por parte dos médicos quanto dos pacientes. A minoria dos óbitos ocorre de forma súbita em indivíduos sem doença grave.
Tabela 1 – Fatores responsáveis pelo desencadeamento de uma crise asmática conhecidos como “gatilhos” ______________________________________________________________________
Infecção viral
Alérgenos (poeira, ácaros, pólen, pelo de animais, entre outros)
Fumaça de cigarro
Irritantes químicos e poluição ambiental
Mudanças climáticas
Exercícios físicos vigorosos
Medicamentos (anti-inflamatórios não esteróides e betabloqueadores)
Estresse emocional
É de fundamental importância fornecer às pessoas com asma e aos seus familiares, orientações para o auto manejo da asma e estimular a utilização de um plano de ação. Esse plano de ação deve ser revisado a cada consulta.
Fonte: www.blog.laborhs.com.br- CÂNULA (CATETER) NASAL DE OXIGÊNIO TIPO ÓCULOS – solidor®
Fonte: Global strategy for asthma management and prevention
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Asma. 2010. Disponível em :< http://www.isaude.net/ptBR/noticias/4592/geral/segundo-ministerio-da-saude-asma-e-responsavel-por-6-mortes-ao-ano-diano-brasil>. Acesso em 10 de abril de 2017.
COSTA, L. D.C.; COSTA, P. S.; CAMARGOS, P. A.M. Exacerbação da asma e infecção das vias aéreas: o vírus é o vilão? J. Pediatr. (Rio J.). 2014, vol.90, n.6, pp. 542-555.
DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA PARA O MANEJO DA ASMA – 2012. J Bras Pneumol. v.38, Suplemento 1, p. S1-S46 Abril 2012.
GINA. Global strategy for asthma management and prevention. Global Iniciative Asthma 2015. Disponível em: <http://www.ginasthma.org>. Acesso em 22 de maio de 2017.
SALDANHA, C.T.; LIMA, E.; SALDANHA, R.P.; GHISIA, R.; SALDANHA, E.F.; Elias Neto, E.N.; Vieira, E.M.M. Asma: Idade de Surgimento Pode ser um Fator para o Aumento da Prevalência. UNOPAR Cient Ciênc Biol Saúde ;2014;16(3):251-5.
STIRBULO, V. R.; BERND, L.A.G.; SOLE, D. (editores). IV Diretrizes Brasileiras no Manejo da ASMA. Rev Bras Alergia Imunopatol, vol.29, n.5, p.222-45,2006.