A menopausa é uma etapa natural da vida da mulher, caracterizada pelo encerramento dos ciclos menstruais, que geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos. Essa transição, embora natural, traz mudanças significativas que podem impactar a saúde física, emocional e a qualidade de vida. Com o aumento da expectativa de vida, muitas mulheres passam mais de um terço de suas vidas no período pós-menopausa, destacando a importância de cuidados integrados e preventivos.

Quer aprofundar seus conhecimentos? Descubra neste artigo as principais informações sobre menopausa, desde sintomas e tratamentos até estratégias preventivas, tudo com uma abordagem clínica e fundamentada em evidências. Continue a leitura!
O que é a menopausa?
A menopausa é caracterizada pela interrupção definitiva da menstruação, resultado do encerramento da atividade ovariana. O diagnóstico é estabelecido após a ausência de ciclos menstruais por 12 meses consecutivos, desde que não haja outra causa subjacente. Essa fase ocorre devido à queda acentuada nos níveis de estrogênio e progesterona, hormônios que desempenham um papel fundamental na regulação do ciclo menstrual.
Antes da menopausa, ocorre o climatério, um período de transição que geralmente começa por volta dos 40 anos e pode se estender por até uma década. Durante o climatério, a mulher pode notar alterações na regularidade do ciclo menstrual e o surgimento dos primeiros sintomas típicos da menopausa, como ondas de calor e alterações de humor. Essa etapa é uma adaptação natural do corpo para o fim da fertilidade, culminando no início da menopausa.
Globalmente, a idade média para o início da menopausa é de 51 anos, embora essa faixa etária possa variar de acordo com fatores genéticos, condições de saúde e hábitos de vida. Por exemplo, mulheres fumantes tendem a vivenciar a menopausa mais cedo.
Menopausa: quais os sintomas mais comuns?
A menopausa traz consigo diversos sintomas físicos e emocionais que podem impactar a qualidade de vida das mulheres. A intensidade e a duração desses sintomas variam de pessoa para pessoa, sendo causados principalmente pela redução dos níveis de estrogênio e progesterona no organismo.
Sintomas físicos e vasomotores
Ondas de calor e suores noturnos estão entre os sintomas mais característicos, afetando até 80% das mulheres. Esses desconfortos podem persistir de 1 a 10 anos, prejudicando o sono e o bem-estar geral. Além disso, a diminuição do metabolismo basal favorece o ganho de peso, especialmente na região abdominal, enquanto a perda de massa óssea aumenta o risco de osteopenia e osteoporose. As alterações hormonais também podem afetar a saúde cardiovascular, elevando o colesterol LDL e o risco de hipertensão.
Sintomas psicológicos
A redução hormonal pode levar a alterações de humor, ansiedade e até depressão, especialmente durante a transição menopausal. Muitas mulheres relatam dificuldades cognitivas, como problemas de memória e concentração, o que pode afetar sua produtividade e rotina.
Impactos na sexualidade
Mudanças hormonais também influenciam a vida sexual. Sintomas como redução da libido, secura vaginal e dor durante as relações sexuais (dispareunia) são comuns, frequentemente associados à síndrome geniturinária da menopausa, que pode comprometer a qualidade de vida íntima.
Quais as abordagens de tratamento para menopausa?
O manejo da menopausa exige uma abordagem personalizada que leve em consideração os sintomas, o histórico médico e as preferências individuais de cada paciente. Para promover o bem-estar e aliviar os desconfortos causados pelas alterações hormonais, uma variedade de tratamentos está disponível, abrangendo tanto opções farmacológicas quanto não farmacológicas.
A terapia hormonal (TH) é reconhecida como o tratamento mais eficaz para os sintomas vasomotores, como ondas de calor, além de atuar na prevenção da perda óssea. A TH pode ser administrada de diferentes formas, incluindo via oral, transdérmica ou tópica, permitindo uma personalização conforme as necessidades de cada uma.
Entre os principais benefícios estão o alívio imediato dos sintomas, a melhora da qualidade do sono e a proteção contra a osteoporose. No entanto, é importante considerar os riscos associados, como o aumento de eventos trombóticos e o risco de câncer em casos específicos, o que torna a avaliação criteriosa essencial antes de iniciar o tratamento.
Para mulheres que não podem ou não desejam utilizar terapia hormonal, existem outras alternativas não hormonais. Medicamentos como antidepressivos têm mostrado eficácia no controle de sintomas específicos, como ondas de calor e alterações de humor. Além disso, tratamentos tópicos, como hidratantes e lubrificantes vaginais, são recomendados para aliviar os desconfortos geniturinários, como a secura vaginal.
Essas abordagens, quando utilizadas de forma individualizada, oferecem possibilidades às mulheres para enfrentar os desafios da menopausa com mais conforto e qualidade de vida.
Abordagens não farmacológicas para o cuidado da menopausa
Além das reposições hormonais e terapias farmacológicas, existem outras abordagens que focam em estratégias naturais e complementares para aliviar os sintomas da menopausa e melhorar a qualidade de vida. Essas alternativas são especialmente indicadas para mulheres que não podem ou não desejam utilizar tratamentos hormonais, bem como para aquelas que buscam uma abordagem mais holística.
Alimentação balanceada
Adotar uma dieta rica em nutrientes é fundamental para a saúde durante a menopausa. Alimentos ricos em cálcio, como laticínios e vegetais de folhas verdes, aliados à suplementação adequada de vitamina D, ajudam a prevenir a osteoporose. As fibras presentes em grãos integrais, frutas e vegetais promovem benefícios cardiovasculares, enquanto ácidos graxos ômega-3, encontrados em peixes gordurosos como salmão, reduzem inflamações e melhoram os níveis de colesterol. Além disso, evitar alimentos ultraprocessados e limitar o consumo de álcool pode minimizar sintomas como ondas de calor.
Exercícios físicos
Atividades aeróbicas, musculação e exercícios com peso são altamente recomendados para aumentar a densidade óssea, melhorar a saúde cardiovascular e reduzir os níveis de estresse.
Monitoramento clínico
Consultas regulares com ginecologistas e endocrinologistas são importantes para a realização de exames preventivos, como densitometria óssea e perfil lipídico, além de permitir o ajuste dos tratamentos conforme as necessidades individuais de cada paciente.
Saúde mental
O suporte psicológico também é importante para lidar com as mudanças emocionais e sociais da menopausa. Participar de grupos de apoio pode proporcionar troca de experiências e acolhimento.
A importância do cuidado multidisciplinar
Um acompanhamento eficaz na menopausa requer a atuação conjunta de profissionais como ginecologistas, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Essa abordagem integrada garante o manejo dos sintomas e a prevenção de doenças crônicas.
O monitoramento clínico e as práticas integrativas são importantes para garantir uma menopausa saudável. Descubra mais sobre como cuidar da saúde da mulher no blog da Labor – Health Supply, com dicas sobre prevenção e bem-estar.
Em suma, a menopausa é uma etapa significativa da vida da mulher, repleta de desafios e oportunidades para promover a saúde. Adotar uma abordagem preventiva que inclua alimentação balanceada, prática regular de exercícios e acompanhamento médico multidisciplinar é essencial para vivenciar a menopausa com mais saúde e bem-estar. Com essas estratégias, as mulheres podem superar os desafios dessa fase e aproveitar uma qualidade de vida plena.
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Referências:
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