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Saindo de jaleco na rua: implicações éticas e de saúde pública 

O ambiente hospitalar é tido como um dos mais controlados que existem. E assim deve ser, dado que existem diversas doenças transitando pelos hospitais e clínicas. 

Mesmo sabendo disso, podemos ver diversos profissionais da saúde ainda de jaleco na rua, prática desaconselhada (e, até mesmo ilegal, como veremos) por diversos órgãos de saúde.  

Não conhece as implicações de usar jaleco fora do ambiente de trabalho? Preparamos um conteúdo cheio de informações para você. 

Continue lendo e fique informado! 

 Jaleco na rua

O jaleco como símbolo do profissional da saúde 

É inegável que o jaleco é sim o símbolo do profissional da saúde, principalmente dos médicos — embora todos os profissionais desta área usem jaleco. 

Por estar associado à saúde, uma pessoa com essa vestimenta é rapidamente tida como conhecedora da medicina e isso pode gerar muitos problemas. 

Além disso, a identificação dos médicos pode acarretar problemas de privacidade para os pacientes, tendo em vista que podem surgir conversas sobre o dia a dia do profissional. 

Antes de partir para as implicações, veja alguns motivos de os profissionais de saúde usarem jaleco. 

Motivos para usar jaleco 

Um dos motivos mais conhecidos é justamente a identificação. Pode-se saber se o profissional trabalha na área de saúde pela sua vestimenta, que costuma ser branca e acompanhar um jaleco. 

Fora isso, outro motivo é o porte de materiais de trabalho. Vale lembrar que os jalecos possuem bolsos longos e locais para prender objetos, onde costuma-se colocar itens de uso corriqueiro. 

Médicos que atendem crianças podem andar com pequenas lembrancinhas nos bolsos, enquanto enfermeiros podem levar aparatos com facilidade de um local para o outro, dentro do hospital. 

Não podemos deixar de comentar sobre a higiene. Em suma, o jaleco também é uma peça de proteção para o médico, que evita o contato direto entre contaminantes e a pele do profissional. 

Dito isso, vejamos algumas implicações éticas do ato de sair de jaleco na rua. 

Implicações éticas 

As implicações éticas estão associadas à reflexão de nossos atos. No caso, estamos analisando o ato de sair de jaleco na rua, tendo como personagem um profissional de saúde. 

Basicamente, podemos levantar estas implicações éticas: 

Privacidade do paciente 

Os profissionais de saúde estão diariamente lidando com pacientes em momentos difíceis, os quais apresentam estado fragilizado, por assim dizer, e isso precisa ser levado em consideração. 

Quando o profissional é identificado, terceiros podem indagar sobre o estado de certos pacientes, ou então buscar por informações que cabem apenas ao médico, familiares e paciente saberem. 

Isso coloca em xeque a privacidade do paciente, que pode ter seu estado exposto e até sofrer consequências por isso. 

Percepção de pouco profissionalismo 

Embora o jaleco tenha um certo status na sociedade, muitas pessoas percebem que usar jaleco fora do ambiente de trabalho é um descuido muito grave por parte do profissional. 

Por ter o nome do dono gravado na parte frontal do jaleco, essa prática pode diminuir o prestígio do profissional, até mesmo da clínica/hospital em que trabalha. 

O prestígio e o profissionalismo são essenciais para qualquer profissional da saúde, e usar jaleco na rua pode diminuir ambos. 

Indução a conselhos médicos 

Como dissemos, o jaleco é o símbolo dos profissionais da saúde, mas nem todos da área são médicos ou possuem conhecimento em medicina para fornecer aconselhamentos. 

No entanto, ao ver uma pessoa de jaleco saindo de um hospital, algumas pessoas podem pensar que se trata de um médico e pedir conselhos para o profissional. 

Essa prática pode causar problemas para a pessoa, pois os conselhos tendem a não serem os melhores, inclusive podendo comprometer sua saúde. 

Implicações de saúde pública 

Usar jaleco fora do ambiente de trabalho também traz implicações na ordem da saúde pública. Afinal, pode haver o contágio de ambos os lados, pois o profissional leva patógenos do hospital para o público ou vice-versa. 

Vamos explorar um pouco mais a fundo essas implicações. 

Propagação de patógenos 

O ambiente hospitalar é muito complexo, quando pensamos do ponto de vista das doenças que existem por lá.  

Além disso, é comum ao profissional de saúde ter contato com doenças de todas as naturezas, seja por meio do primeiro atendimento ou da terapia, tornando-o um potencial vetor de patógenos. 

Um profissional que vai a um restaurante de jaleco, por exemplo, está comprometendo a saúde de todos os clientes daquele estabelecimento. 

Contaminação do ambiente hospitalar 

Na seção anterior, falamos sobre levar doenças do ambiente hospitalar ao público, mas o inverso também acontece: ao usar o jaleco na rua, o profissional pode contaminar-se com doenças, podendo transmiti-las a seus pacientes. 

Para pacientes com saúde fragilizada, uma simples gripe comum pode ser o suficiente para agravar seu quadro clínico, tendo potencial de levá-lo a óbito em decorrência das complicações. 

É por isso que o estado de São Paulo proíbe os profissionais de saúde de usar jaleco fora do trabalho. 

Jaleco na rua é proibido por Lei em alguns estados 

Alguns estados possuem leis que proíbem o uso de jaleco na rua. Por exemplo, no estado de São Paulo, a lei 14.466, está em vigor desde 2011, ocasionando uma multa de R$ 174,50 para os profissionais que forem pegos de jaleco fora de clínicas e hospitais. 

Vale lembrar que médicos, enfermeiros e técnicos estão enquadrados na lei, não somente os médicos, como pode parecer. 

Embora seja uma discussão antiga, o tema é alvo de polêmicas. Existem especialistas que defendem a lei, seguindo o racional que ela traz. Outros dizem que a lei não faz sentido, pois o jaleco e uma caneta teriam o mesmo potencial na disseminação de doenças — e eles podem sair com canetas para a rua. 

Bem interessante, não é verdade? Veja mais conteúdos como este em nosso blog especializado na área de saúde! 

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