A febre amarela é uma doença infecciosa (não contagiosa) transmitida ao homem pela picada de mosquito fêmea infectado, possui caráter sazonal, sendo mais frequente entre os meses de janeiro e abril, quando fatores ambientais propiciam o aumento da densidade vetorial.
Atualmente, são reconhecidos dois ciclos básicos de circulação do vírus: um urbano, simples, do tipo homem-mosquito-homem, em que o Aedes aegypti é o principal vetor. E outro silvestre, complexo, envolvendo diferentes espécies de mosquitos, nas Américas e na África, com a participação de primatas não humanos na amplificação viral. No continente americano, a doença é uma zoonose transmitida por mosquitos de dois gêneros, Haemagogus (H. janthinomys e H. albomaculatus) e Sabethes, tendo como principal fonte de infecção, no ciclo silvestre, particularmente macacos dos gêneros Allouata, Cebus, Atelles e Callithrix. Além disso, cerca de 90% dos casos da doença apresentam-se com formas clínicas benignas que evoluem para a cura. A forma grave pode levar à morte e ainda não existe tratamento etiológico específico.
Geralmente, quem contrai esse vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
A medida mais importante para a prevenção e o controle da febre amarela é a vacinação. Por este motivo, o Ministério da Saúde alerta que toda a população com recomendação de vacina, residente ou não nas regiões silvestres, rurais ou de mata, deve se imunizar na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência.
Como já foi dito, a febre amarela se apresenta de duas formas: a urbana e a silvestre. Desde 1942, não há ocorrências da urbana no Brasil, enquanto a silvestre é encontrada através do vírus amarílico nos macacos que vivem nas matas. A transmissão ocorre quando o mosquito dos gêneros Haemagogus ou Sabethes ‒ que só vive na floresta ‒ pica o macaco e depois pica o homem que está na mata, e esse homem vem para a cidade e é picado pelo Aedes aegypti, que se infecta e passa a transmitir a outras pessoas. “É este o ciclo que deve estar ocorrendo nas regiões brasileiras, com as pessoas que entraram na mata sem se vacinar”.
Quem não pode tomar a vacina? Quais as contraindicações?
- Imunossupressão: Esta é principal contraindicação. Isso significa que as pessoas que por alguma razão estejam com o sistema imunológico comprometido por quaisquer doenças ativas que cursem com imunossupressão e/ou pelo uso de quaisquer medicamentos que levem à imunodepressão ‒ como quimioterápicos ou corticoides em altas doses ‒ não devem receber a vacina.
- Gestantes: APENAS as gestantes que moram em área de extremo risco, localizadas em 75 municípios do Brasil, devem tomar a vacina. Não há orientação para vacinar as gestantes que NÃO residem nestas áreas.
- Alergia Grave ao OVO: Pessoas que tem alergia importante e grave ao ovo não devem receber a vacina.
- Bebês com menos de 6 meses de idade: O vírus da vacina pode causar problemas neurológicos nos bebês pequenos. As mães que amamentam bebês com menos de 6 meses de idade também NÃO devem receber a vacina, a não ser em situações de risco muito específicas, uma vez que depois da vacina estas mães devem ficar pelo menos 10 dias sem amamentar.
O leite deste período deve ser desprezado, o que é uma pena. Por isso, recomenda-se que mães lactantes de bebês com menos de 6 meses sejam individualmente avaliadas para que se possa ponderar o risco e o benefício da vacina ante a interrupção da amamentação.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Surto_de_febre_amarela_no_Brasil_em_2017. Acesso em 15 jan.18.
Cavalcante, K.R.L.J.; Tauil, P.L. Epidemiological characteristics of yellow fever in Brazil, 2000-2012. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 25(1):11-20, jan-mar 2016.
Vasconcelos, P.C. Febre amarela. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.36(2):275-293, mar-abr, 2003.
http://g1.globo.com/bemestar/blog/doutora-ana-responde/post/vacina-da-febre-amarela-atualizacao-e-principais-duvidas.html. Acesso em 15 jan.18.
http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e- zoonoses/doc/famarela/fa18_boletim_epid_0801.pdf. Acesso em 15 jan.18.