Denomina-se terapia nutricional a oferta de nutrientes pelas vias oral, enteral e/ou parenteral, visando à oferta terapêutica de proteínas, energia, minerais, vitaminas e água adequados aos pacientes, que, por algum motivo, não possam recebê-los pela via oral, convencional. Nesse contexto, as sondas gástricas são um importante instrumento para esse procedimento.
A sondagem gástrica ̶ aparentemente uma técnica simples ̶ é um procedimento em que a enfermagem tem participação direta e efetiva, de extrema relevância, pois quando algumas medidas não são tomadas podem trazer desconforto ou até mesmo complicações graves para o paciente.
A sonda gástrica ou sonda Levine, como é conhecida, é um tubo de poli vinil que quando prescrito, deve ser tecnicamente introduzido desde as narinas até o estômago. Sua finalidade está associada à maneira como ficará instalada no paciente.
A sonda Levine apresenta uma única luz. É usada para remover líquidos e gases do trato gastrointestinal superior, obter uma amostra do conteúdo gástrico para estudos laboratoriais e administrar alimentos e medicamentos diretamente no trato gastrointestinal.
A acomodação da sonda deve ser checada depois de colocada aspirando-se o conteúdo gástrico e checando-se o pH do material retirado. O pH do aspirado gástrico é ácido (+–3); o pH do aspirado intestinal (+–6,5), e o pH do aspirado respiratório é mais alcalino (7 ou mais). Uma radiografia é o único meio seguro de se verificar a posição da sonda.
Procedimentos para utilização:
- O paciente deve estar em uma posição deitada ou semideitado. A cabeça deve ficar inclinada para trás, porém o pescoço deve estar direcionado para frente. Se aplicável, pode-se utilizar lubrificante a base de água;
- Introduzir a sonda através de uma narina; à medida que a mesma penetrar na nasofaringe, solicitar ao paciente que exteriorize a língua (sensação de reflexo de deglutição), se indicado, pode-se utilizar um anestésico a base de lidocaína nas narinas;
- Com a outra mão, segurar a língua com uma gaze e tracionar. Quando o paciente inspirar, introduzir rapidamente no esôfago;
- A sonda deve deslizar para dentro do esôfago sem oferecer nenhuma resistência. Se entrar equivocamente na traqueia, o paciente engasga. Caso isso ocorra, puxar de volta e repetir o procedimento.
- Atentar-se a marcação em centímetros do tubo, para garantir a posição da inserção; a resistência será sentida após o tubo entrar no estômago;
- Quando a sonda estiver no esôfago, será possível movimentar a mesma facilmente. Com a sonda posicionada, iniciar a alimentação enteral;
Quando a ponta estiver posicionada no estômago, a sonda é fixada ao nariz ou à bochecha. A área preparada é coberta com uma tira de adesivo hipoalergênico e, a seguir, a sonda é colocada sobre o adesivo e fixada com outro pedaço de adesivo;
- Conectar a sonda de acordo com o procedimento a ser adotado junto ao paciente.
Importante: ao término de cada alimentação, fazer a lavagem da sonda com bastante água, evitando incrustações ou obstrução. Essa limpeza deve ser eficaz.
Ao final do procedimento, retirar a sonda de modo delicado e descartá-la de acordo com as autoridades sanitárias vigentes.
A responsabilidade da limpeza da sonda é de responsabilidade do profissional que está assistindo o paciente.
REFERÊNCIAS:
GIR, Elucir; MORIYA, Tokico Murakawa and ROBAZZI, Maria Lúcia do Carmo Cruz.Sondagem nasogástrica: técnica simples?. Rev. bras. enferm. [online]. 1985, vol.38, n.3-4 [cited 2019-01-31], pp.266-27
https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Sonda-Gastrica-e-Sonda-Nasoenteral/55184292.html
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/sonda-nasogastrica-levine/36015