Por causa da enorme quantidade de exames laboratoriais à disposição, os médicos veterinários conseguem identificar praticamente qualquer doença rapidamente, desde que sigam os protocolos adequados e conheçam a função dos tubos para coleta.
Os tubos têm um papel importante no diagnóstico: cada um possui finalidades específicas, costumeiramente associadas ao composto no interior do tubo.
Neste conteúdo, vamos explicar as diferenças entre tubos de colorações distintas, o uso do SWAB, como fazer a coleta e até alguns detalhes sobre armazenamento e transporte de amostras.
Continue lendo e fique informado!
Finalidade de acordo com a cor da tampa
Para facilitar a rotina de exames dos médicos veterinários, a indústria de insumos médicos criou um padrão de cores de acordo com o composto que segue no interior dos recipientes.
Para os profissionais, isso permite agilizar o processo de coleta, além de diminuir as chances de erro durante os exames.
Veja o que cada cor significa:
Lilás
O tubo lilás é usado em conjunto com o EDTA, que é uma substância quelante muito presente na indústria cosmética e alimentícia.
A principal finalidade do EDTA é “sequestrar” íons metálicos, principalmente o ferro e o cálcio, impedindo que estes causem alguma reação indesejada.
Esse tubo é usado em:
- Hemogramas
- Hematozoários
- Microfilárias
- Contagem de reticulócitos
- Contagem de plaquetas
- PCR de vários exames
O procedimento de coleta é bastante simples: colha a amostra por pulsão venosa com uma seringa, coloque o tecido biológico no tubo e faça a homogeneização, mexendo lentamente.
Vermelho
Os tubos para coleta com tampa vermelha são utilizados sem agentes anticoagulantes e com gel reparador.
O gel reparador serve para ajudar na hora de separar o soro dos demais componentes do sangue, ideal para amostras que passarão por centrifugação.
Esse tubo é ideal para:
- Dosagens bioquímicas
- Dosagens hormonais
- Sorologias
O procedimento de coleta é bastante parecido com o da seção anterior, com a diferença que, nesse caso, não é recomendado agitar o tubo.
Verde
Os tubos que carregam a coloração verde em suas tampas são utilizados juntamente com heparina sódica.
A heparina sódica é conhecida por estar presente nos tecidos animais, tendo como responsabilidade principal o ato de coagular o sangue. Portanto, ele é um coagulante poderoso, com muitas opções de uso na medicina veterinária.
Portanto, os tubos verdes servem para:
- Testes toxicológicos
- Hemograma em equinos
- Hematozoários (em felinos)
O procedimento de coleta é bastante simples: colha entre 2 e 4 ml de sangue e homogenize lentamente, realizando movimentos circulares com o tubo.
Azul
O tubo para coleta na cor azul é usado com citrato de sódio, um anticoagulante bastante poderoso, permitindo que a amostra se mantenha em boas condições por muito tempo, sem haver alterações.
Esse tubo é quase que exclusivamente para o exame PRP, que nada mais é que a capacidade do organismo de gerar plaquetas.
Para esse exame, é indicado respeitar e controlar a razão entre sangue (amostra) e citrato de sódio para garantir um resultado satisfatório no exame.
Cinza
Os tubos para coleta na cor cinzas são usados com os materiais EDTA e fluoreto de sódio. Como vimos, o EDTA é uma substância quelante, ideal para inativar íons metálicos. O fluoreto de sódio tem uma função bastante específica: ele impede que as hemácias da amostra consumam o açúcar disponível.
Esse tubo é usado nos seguintes exames:
- Glicemia
- Lactato
Para a coleta ser ideal, o animal deve ter ficado em jejum entre 8 e 12 horas antes do exame. Além disso, deve-se homogeneizar a amostra delicadamente, pois assim estará evitando possíveis danos ao material coletado.
Tubos para urina e fezes
Os tubos de urina e fezes costumam ser mais robustos e maiores que os demais tubos. Além do mais, eles lembram muito mais um “potinho com tampa rosqueável” que um tubo propriamente dito.
Na hora de fazer a coleta das amostras, o médico veterinário deve ficar atento a qual urina foi coletada, isto é, a espontânea, sonda ou cistocentese.
Em caso de suspeita de Giárdia sp., são necessárias duas amostras de fezes, de dias alternados.
SWAB com gel, sem gel e lâmina estéril
O SWAB é um cotonete estéril com a finalidade de coletar amostras biológicas, tais como material genético, células e assim por diante.
Ele é usado nos seguintes exames:
- Pesquisa de malassezia
- Bacterioscopia
- Citologia vaginal
- Cultural com antibiograma
- Pesquisa de sarna e fúngica
Na hora da coleta, o veterinário deve ficar atento para não passar o tratamento antes de usar o SWAB, pois consequentemente vai interferir no resultado dos exames.
Além disso, o veterinário precisa coletar uma quantidade suficiente de material biológico para assegurar um exame completo e preciso.
Manual de coleta e exames
Existem protocolos que precisam ser seguidos durante a coleta dos materiais para análise. Falaremos mais sobre isso nas próximas seções, tal como traremos detalhes sobre elementos essenciais durante os procedimentos.
Preparo da coleta
Primeiramente, é preciso realizar uma preparação para a coleta. Isso significa, identificar o tubo certo para o procedimento, preparar o local da coleta, deixar os instrumentos à disposição e assim por diante.
Do lado dos pacientes, eles precisam seguir as recomendações veterinárias que podem envolver jejum ou restrições alimentares específicas.
Fatores importantes
Com todos os preparativos feitos, é hora de ficar atento a alguns fatores importantes, pois podem influenciar na hora dos resultados dos exames. São alguns deles:
- Procedimento de coleta
- Tempo entre coleta e análise
- Estresse sofrido pelo animal
- Conservantes inadequados ou fora do prazo
- Medicação
- Fontes de contaminação da amostra
- Alimentação antes da coleta
Sem os cuidados necessários, o animal pode acabar por ter que passar por uma nova coleta.
Dados essenciais
Contudo, embora a coleta de amostra seja um procedimento bastante científico, ainda existem algumas partes burocráticas.
Isto é, estamos falando sobre os dados essenciais durante a coleta, que são:
- Histórico clínico
- Espécie
- Raça
- Nome ou número do paciente
- Sexo
- Idade
- Tempo de doença
- Suspeita clínica
- Tratamentos utilizados
- Exames realizados
E aí, se sente mais informado sobre o tema? Aproveite e leia mais conteúdos informativos como este em nosso blog!