Durante o verão, inclusive por estar associado à época de férias, é muito comum o aumento de pessoas que buscam a praia para o lazer e, com isso, podem surgir situações inusitadas e indesejadas para a saúde, uma delas é o surgimento de micoses na pele.
As micoses costumam ser mais frequentes no verão, justamente por causa do aumento do calor e da umidade, propícios para a multiplicação desses agentes. Às vezes, entretanto, podem ser difíceis de tratar, sobretudo pela falta de adesão das pessoas ao tratamento e às orientações para deixar a pele mais seca.
Transmissão
Apesar do nome sugerir, a transmissão da micose de praia não é causada pela praia ou piscina. O que ocorre é que o fungo causador da micose habita normalmente a pele humana, mas quando ele se prolifera muito, e o indivíduo se expõe ao Sol, as áreas com fungos não fica bronzeada, gerando o aspecto manchado.
As micoses afetam pessoas de todas as idades, mas podem ser mais intensas quando existe algum distúrbio da imunidade. Por isso mesmo sua proliferação é mais frequentemente observada em indivíduos com o sistema imunológico debilitado, nos quais sempre inspira cuidados, pelo risco maior de disseminação do agente infeccioso para órgãos internos, quando passam a ser consideradas micoses profundas.
Grande parte da procura pelos ambulatórios e consultórios dermatológicos se deve às micoses superficiais e cutâneas. As micoses superficiais são comuns em países tropicais, como o Brasil; em geral ocasionadas por dermatófitos e restritas à camada córnea da pele. As micoses cutâneas são infecções fúngicas localizadas nas camadas superficiais da pele e seus anexos, e podem ser causadas pelos dermatófitos, e também por leveduras ou fungos filamentosos não dermatófitos. Quando a pessoa tem contato com a areia da praia e desenvolve algum tipo de micose, popularmente a atribui a micose de praia.
Apesar do nome sugerir, a transmissão da micose de praia não é causada pela praia ou piscina. O que ocorre é que o fungo causador da micose habita normalmente a pele humana, mas quando ele se prolifera muito, e o indivíduo se expõe ao sol, as áreas com fungos não fica bronzeada, gerando o aspecto manchado.
Na pele, os locais mais frequentemente acometidos são as plantas dos pés e entre os dedos (pé de atleta) e no tronco (pano branco). Nas unhas, as micoses podem causar deformidade das unhas, placas brancas ou unhas grossas e quebradiças. Já no couro cabeludo, a infecção pode se apresentar como uma área circunscrita sem cabelo, alguma descamação e inúmeros pontos pretos. Nas mucosas, por sua vez, os sintomas variam de acordo com a área afetada. A infecção na boca – o popular sapinho – cursa com o desenvolvimento de lesões brancas, semelhantes às aftas, que podem ser acompanhadas de dor, perda de apetite e do paladar. Nas mucosas dos genitais e do ânus, a presença de fungos está associada a sinais, como: coceira, ardor, vermelhidão, inchaço (no homem) e corrimento semelhante ao leite coalhado (na mulher).
Exames e diagnósticos
Na maioria das vezes, o aspecto da lesão e o conjunto de sintomas já permitem ao médico fechar o diagnóstico, mas a confirmação laboratorial pode ser bastante importante para diferenciar a micose de outras doenças, e para o acompanhamento do tratamento.
Para isso, há a necessidade de colher fragmentos da lesão através de um raspado da pele ou da unha para a identificação do fungo por análise direta ou por exame de cultura, no qual o material da micose é posto em meios próprios para o crescimento destes microrganismos e sua posterior identificação.
O exame do raspado, conhecido como micológico direto (pesquisa de fungos ou leveduras), consiste em um raspado da lesão propriamente dito, que é colocado diretamente em lâmina de vidro ou placa de petri e após um preparo (raspado cutâneo, subungueal, cabelos, secreções em geral, pelos e unha). O material é coletado com uma lâmina de bisturi estéril.
Após preparo da amostra, ela é visualizada no microscópio óptico para a identificação da presença do fungo.
A positividade e a segurança de um exame micológico dependem da obtenção de uma amostra clínica apropriada. Neste caso, é necessário orientar o paciente antes da realização da coleta de material:
Tratamento e prevenções
Em muitos casos, o tratamento pode ser feito apenas com antifúngicos tópicos, aplicados nas lesões, em forma de spray, creme ou pomada. Para alguns tipos de micose de unha, existem também esmaltes terapêuticos. Qualquer que seja a estratégia, é importante que o indivíduo use o remédio pelo tempo recomendado pelo médico, uma vez que o emprego incorreto do fármaco pode levar ao reaparecimento dos sintomas precocemente ou mesmo à sua disseminação para outras partes do corpo.
As micoses podem ser evitadas com algumas medidas de higiene pessoal e a mudança de determinados hábitos. É importante evitar deixar a pele úmida durante muito tempo, enxugando-a muito bem após o banho, sobretudo os dedos dos pés, a virilha e outras dobras do corpo mais propícias à umidade. No verão, calçados abertos e roupas de algodão ajudam a manter o corpo mais arejado, evitando a proliferação de fungos.
O uso de luvas ao lavar louça também constitui uma estratégia acertada de prevenção, pois o contato constante com água e detergentes machuca a pele das mãos e aumenta a predisposição a micoses. Por outro lado, as próprias luvas podem manter a umidade da pele, se utilizadas durante muito tempo. Por isso, pode ser necessário o uso de luvas de algodão embaixo das luvas de borracha.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA LLM, et al. Resposta in vitro de fungos agentes de micoses cutâneas frente aos antifúngicos sistêmicos mais utilizados na dermatologia.
CRIADO PR, et al. Micoses superficiais e os elementos da resposta imune. An Bras Dermatol. 2011;86(4):726-31.
https://www.tuasaude.com/sintomas-da-micose-de-praia/
http://www.fleury.com.br/saude-em-dia/dicionarios/doencas/Pages/micose.aspx