A trombose é uma doença silenciosa, o que a torna especialmente perigosa, colocando-a como a causa de uma a cada quatro mortes no planeta, pelo fato de ser assintomática e possuir um diagnóstico clínico difícil – justamente pelos sintomas serem facilmente confundidos com outros de doenças menos graves.
A trombose na maioria das vezes acomete as veias das pernas, ou os membros inferiores (cerca de 90% dos casos) – nesse caso conhecida como: trombose venosa profunda, e/ou dos pulmões: a chamada embolia pulmonar – esta segunda tida como uma das maiores preocupações médicas após cirurgias de grande porte.
E como cada vez mais as pessoas trabalham sentadas frente a um computador, os casos de trombose tendem a aumentar. Esse fator tem ampliado a preocupação com a ergonomia para evitar quadros assim. Leia mais sobre isso no post de hoje.
O que é a trombose e quais seus tipos?
A trombose é uma formação de coágulos numa artéria – conhecida como trombose arterial – ou numa veia – chamada de trombose venosa. Uma vez formado esse(s) coágulo(s) potencialmente mortais, podem retardar ou até mesmo bloquear o fluxo sanguíneo normal, correndo risco inclusive de se soltar, indo parar em algum órgão.
Ou seja, a trombose pode acometer qualquer vaso – arterial e venoso – em qualquer parte do corpo.
Quando acomete a artéria (trombose arterial), a trombose pode inclusive resultar numa lesão significativa e outras afecções graves associadas, como: infarto e AVC (também chamado derrame).
O tromboembolismo venoso (TEV) inclui as tromboses venosas profundas (TVP) – que na maioria dos casos ocorre nas veias da perna e também a embolia pulmonar (EP) – ocorrente quando um trombo de uma veia profunda da perna se solta, acabando por se alojar nos pulmões, levar a uma queda drástica e rápida na oxigenação sanguínea.
Juntos, TVP (trombose venosa profunda) e EP (embolia pulmonar) são conhecidos como TEV (tromboembolismo venoso).
Causas e sintomas de trombose
Os sintomas mais comuns são inchaço e dor – de forma que 60 por cento dos casos ocorrem em associação a um fator de risco adquirido como:
- Câncer;
- Cirurgias;
- Gestação;
- Imobilização;
- Internação prolongada;
- Tabagismo;
- Uso de anticoncepcionais hormonais conjugados;
- Obesidade;
- Presença de anticorpos antifosfolipídios;
- Viagem aérea longa;
- Alterações na coagulação;
- Lesão nos vasos sanguíneos;
- Entre outros.
Fatores hereditários também podem ser significativos, mas devem ser investigados somente em pacientes com histórico familiar de trombose, com idade abaixo de 50 anos e sem fatores de risco adquiridos.
Ergonomia e prevenção da trombose – como eles estão conectados?
Alguns tipos de profissões faz com que seus colaboradores permaneçam sentados por horas numa mesma posição, como esses exemplos:
- Serviços de escritório;
- Atendimento em bancos;
- Tarefas de caráter administrativo;
- Operadores de tecnologia;
- Colaboradores de big techs;
- E até mesmo quem trabalha em home office.
Porém, quando a pessoa fica por muito tempo numa mesma posição a chance de surgirem problemas graves à saúde aumenta muito e aqui aumenta também o risco de trombose.
Dessa forma a ergonomia é importantíssima, seja no ambiente de trabalho ou no lazer, como em viagens de avião muito longas.
Nos últimos dez anos o alarmante número de 425 mil internações de brasileiros para tratamento de tromboses venosas acendeu um alerta que levou a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), a realizar um levantamento que apontou que diariamente em média 113 pessoas são internadas na rede pública de saúde para tratamento de trombose venosa.
Com a mudança do estilo de trabalho dos brasileiros, especialmente após a pandemia e com a popularização do home office, cresce também a preocupação com os casos crescentes de trombose – que vem apresentando altos índices de afastamentos por conta dessa doença – levando empresas administrativas e indústrias a investir em equipamentos de ergonomia a fim de evitar que diagnósticos de trombose venosa cresçam.
Trombose acomete mais as mulheres
A preocupação é maior sobretudo principalmente com as mulheres, pois elas têm mais chances de desenvolverem um quadro de trombose do que os homens, principalmente na faixa etária compreendida entre a primeira menstruação e a menopausa.
Isso mostra que a porcentagem de mulheres (especialmente jovens) que apresentam trombose é maior em relação ao sexo oposto e isso também se deve ao fato de que a grande maioria delas trabalham de salto alto.
Ergonomia no trabalho – por quê é importante
Para que você entenda a relação entre ergonomia no local de trabalho e como ela impacta na saúde vascular, até poucos anos atrás, enquanto as fábricas mantinham uma alta taxa de incidência de doenças ergonômicas, atualmente os escritórios observam seus números de afecções relacionadas à ergonomia aumentarem expressivamente, tanto pelas posturas inadequadas, longos períodos numa mesma posição e ainda pelo home office.
Para se ter uma boa qualidade de vida no ambiente de trabalho (seja ele no home office ou no escritório) alguns equipamentos ergonômicos devem ser disponibilizados, bem como a fiscalização contínua de tais equipamentos e instrução de uso através de palestras informativas.
Ao tratar de problemas ergonômicos que podem desencadear trombose, é interessante ainda que se mantenha algumas práticas que estimulem a atividade física, especialmente em ramos e áreas onde os colaboradores passam muito tempo sentados.
Nesse ínterim, entra também a ginástica laboral, onde muitas empresas vêm incentivando seus colaboradores a se movimentarem ao menos duas vezes por semana antes do início de suas atividades a fim de evitar trombose e outros problemas cardiovasculares e de pressão arterial.
Práticas que ajudam a evitar a trombose no trabalho
Quando falamos de problemas de ergonomia que podem desencadear trombose, é importante manter algumas práticas ativas – especialmente em áreas que os colaboradores permanecem longos períodos de tempo sentados.
Alguns hábitos simples podem afastar o sedentarismo e diminuir o risco de trombose e outras condições circulatórias, tais como:
- Ingerir água ao longo do dia, mantendo um consumo mínimo diário de 2,5L por dia, pois a hidratação é fundamental para um bom funcionamento do organismo;
- Evitar aquele hábito nada saudável de fazer o lanche na mesa do trabalho – pois isso pode dobrar os riscos de trombose profunda;
- Não deixe de lado aquela pausa de tempos em tempos para esticar as pernas, pois o fluxo de sangue para a veia atrás do joelho cai em média 50% após 90 minutos parado, aumentando os riscos de problemas vasculares e trombose;
- Programe seu celular para despertar a cada duas horas e então levante-se, caminhe pelo ambiente para estimular a circulação antes de sentar-se novamente;
- Utilizar apoio para os pés, para estimular a circulação sanguínea e reduzir lesões ergonômicas, como dores crônicas nas costas.
Trombose é coisa séria, então colocar essas ações em prática e optar por um ambiente de trabalho ergonômico ajuda a reduzir muito as chances de desenvolver essa doença.
