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VSR: atualizações sobre diagnóstico e prevenção

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é um dos principais agentes etiológicos de infecções respiratórias agudas, com maior impacto em lactentes, idosos e pacientes imunocomprometidos. Diante do avanço de ferramentas diagnósticas e da incorporação de novas estratégias preventivas — como vacinas e anticorpos monoclonais —, torna-se essencial revisar e atualizar a abordagem clínica frente a esse vírus.  

Continue a leitura para saber as novas atualizações sobre o tema. 

O que é o VSR e quem está mais vulnerável?

O VSR é um vírus de RNA pertencente ao gênero Orthopneumovirus, cuja circulação se intensifica durante o inverno em regiões de clima temperado. Ele apresenta dois genótipos principais, A e B, que alternam sua predominância sazonalmente. 

A população pediátrica, em especial os lactentes com menos de seis meses de vida, figura entre os grupos mais vulneráveis, com risco ainda mais elevado entre os prematuros. Crianças com cardiopatias, doenças pulmonares crônicas ou condições genéticas também apresentam maior susceptibilidade. Em idosos, sobretudo os com mais de 60 anos, a presença de comorbidades como DPOC, insuficiência cardíaca ou diabetes aumenta significativamente a gravidade da infecção. Residentes de instituições de longa permanência e pacientes imunossuprimidos completam o perfil de risco elevado. 

Estima-se que, apenas em 2019, o VSR tenha sido responsável por aproximadamente 33 milhões de infecções em crianças menores de cinco anos, com cerca de 101 mil óbitos atribuídos à doença, especialmente em países de baixa e média renda. 

Diagnóstico do VSR: tecnologias e benefícios clínicos 

O diagnóstico precoce da infecção por VSR é essencial para evitar desfechos clínicos desfavoráveis, orientar a conduta terapêutica adequada e otimizar o uso de leitos e recursos hospitalares. Nesse contexto, os testes moleculares, como os painéis respiratórios multiplex, passaram a ocupar posição central na prática clínica por sua elevada sensibilidade e especificidade. 

A coleta de amostras pode ser realizada por swab nasofaríngeo, o método mais utilizado em contextos ambulatoriais, ou por lavado broncoalveolar, geralmente reservado a casos graves com acometimento do trato respiratório inferior. Além de confirmar a infecção por VSR, esses testes permitem a detecção de coinfecções virais e bacterianas, auxiliando na tomada de decisões terapêuticas mais precisas e na racionalização do uso de antimicrobianos. 

Estratégias atuais de prevenção do VSR 

Nos últimos anos, importantes avanços transformaram a prevenção do VSR. A introdução de vacinas e anticorpos monoclonais ampliou significativamente o escopo de proteção, especialmente em crianças pequenas. 

A vacina da Pfizer, por exemplo, foi aprovada para administração em gestantes com o objetivo de induzir imunidade passiva nos recém-nascidos, oferecendo proteção nas primeiras semanas de vida, fase de maior risco para evolução grave. Já o nirsevimabe, um anticorpo monoclonal de longa duração, é indicado para lactentes e crianças pequenas, conferindo proteção eficaz em dose única. Sua chegada representa uma alternativa mais viável e abrangente em relação ao palivizumabe, que, embora eficaz, exige aplicações mensais e tem indicação restrita a crianças com condições clínicas específicas. 

Essas estratégias, ao serem aplicadas de forma direcionada, têm potencial para reduzir significativamente a incidência de hospitalizações e aliviar a pressão sobre os serviços pediátricos, especialmente durante os períodos de maior circulação viral. 

Por que atualizar a abordagem ao VSR? 

A alta carga de morbidade e mortalidade associada ao VSR exige uma resposta clínica alinhada às evidências mais recentes. A adoção de métodos diagnósticos moleculares aumenta a acurácia e a agilidade na identificação de casos. Paralelamente, as medidas preventivas modernas — como o uso de anticorpos monoclonais e a imunização durante a gestação — oferecem proteção ampliada aos grupos de maior risco. 

Atualizar a abordagem ao VSR significa não apenas reduzir complicações clínicas e óbitos, mas também otimizar o uso de recursos em saúde e fortalecer o cuidado preventivo, sobretudo em populações vulneráveis. 

Quer saber como aplicar essas estratégias no seu serviço de saúde? Continue acompanhando nossos conteúdos no  Blog da Labor!

Referências: 

Li Y, Wang X, Blau DM, et al. Global, regional, and national disease burden estimates of acute lower respiratory infections due to respiratory syncytial virus in children younger than 5 years in 2019: a systematic analysis. Lancet. 2022;399(10340):2047-2064. doi:10.1016/S0140-6736(22)00478-0 

Nam HH, Ison MG. Respiratory syncytial virus infection in adults. BMJ. 2019;366:l5021. Published 2019 Sep 10. doi:10.1136/bmj.l5021 

​​Havers FP, Whitaker M, Melgar M, et al. Characteristics and Outcomes Among Adults Aged ≥60 Years Hospitalized with Laboratory-Confirmed Respiratory Syncytial Virus – RSV-NET, 12 States, July 2022-June 2023. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2023;72(40):1075-1082. Published 2023 Oct 6. doi:10.15585/mmwr.mm7240a1 

Sociedade Brasileira de Pediatria. SBP celebra incorporação de duas novas estratégias de prevenção contra o VSR no SUS. Publicado em 21 de março de 2024. 

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