A China elaborou novas diretrizes para reclassificar cães como animais de estimação, em vez de animais para consumo, informou o Ministério da Agricultura, como parte de uma resposta ao surto de coronavírus que o grupo Humane Society chamou de potencial “divisor de águas” no bem-estar animal.
Embora a carne de cachorro continue sendo uma iguaria em muitas regiões, o Ministério da Agricultura disse em um comunicado publicado na quarta-feira que os cães não serão mais considerados animais para consumo. Essa designação é usada para animais que podem ser criados para fornecer alimento, leite, peles, fibras e remédios, ou para atender às necessidades de esportes ou militares.
“No que diz respeito aos cães, o progresso da civilização humana junto com a preocupação pública e o amor pela proteção dos animais, os cães foram ´especializados´ para se tornarem animais de companhia, e internacionalmente não são considerados animais para consumo, e não serão regulamentados como animais para consumo na China”, afirmou a pasta.
Acredita-se que o coronavírus tenha se originado em morcegos-de-ferradura e pode ter sido transmitido aos seres humanos por espécies intermediárias à venda nos mercados da cidade de Wuhan, onde o patógeno foi identificado pela primeira vez.
O projeto de diretrizes publicado na quarta-feira, que foi aberto ao público para consulta, listou 18 espécies tradicionais de animais para consumo – incluindo gado, porcos, aves e camelos.
Também adicionou 13 espécies “especiais” que também estariam isentas de restrições ao comércio de animais selvagens, incluindo renas, alpacas, faisões, avestruzes e raposas.
O consumo de cães se tornou cada vez mais impopular na China, e a cidade de Shenzhen, no sul, foi a primeira a proibi-lo no mês passado.
“Esta proposta pode sinalizar um divisor de águas para a proteção dos animais na China”, disse Wendy Higgins, porta-voz da Humane Society International.
Créditos: Reuters | Reportagem de David Stanway