A doença de Alzheimer é uma síndrome caracterizada pelo declínio de múltiplas funções cognitivas associadas a alterações psicológicas, de personalidade, de comportamento e perda de algumas habilidades sociais. À medida que a expectativa de vida se torna mais elevada, especialmente em países desenvolvidos, tem-se observado um aumento da prevalência da doença de Alzheimer.
A doença de Alzheimer surgiu como a mais importante doença neurodegenerativa da atualidade, atingindo proporções que a destacam em termos de saúde pública. Tanto a literatura quanto a nossa prática profissional demonstra que a doença de Alzheimer, por suas características, traz consequências significativas para a dinâmica familiar, interferindo diretamente na qualidade de vida das famílias envolvidas e, muitas vezes, levando os indivíduos afetados pela doença a uma situação de total dependência desses familiares.
Assim, cuidar de pessoas que têm a doença de Alzheimer e dar suporte aos familiares é um grande desafio, pois essa doença traz um importante agravo à saúde dos idosos, e tem como desfecho a limitação da capacidade funcional e cognitiva, dependência e comprometimento da participação social.
Os dados do censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para uma população de 190.732.694 pessoas, sendo que os idosos acima de 60 anos formam o grupo que mais cresceu na última década, representando 12,1% da população brasileira, com a incidência de 100 mil novos casos por ano (Azevedo et al., 2010). As pessoas pertencentes à faixa etária de maior risco com a doença de Alzheimer representarão 22% da população mundial em 2050, com 80% desse percentual na Ásia, América Latina e África. No Brasil, projeções indicam que a prevalência média se apresenta mais alta que a mundial. Na população com 65 anos ou mais, passando de 7,6% para 7,9% entre 2010 e 2020, ou seja, 55.000 novos casos por ano.
O curso da doença varia entre 5 e 10 anos e a redução da expectativa de vida situa-se ao redor de 50%. Além de prejudicar o funcionamento biológico do indivíduo, a doença de Alzheimer pode ser considerada uma doença social, uma vez que a falta de conhecimento sobre as condições gerais da doença acarreta preconceitos que atingem a família do doente, causando um ônus crescente sobre o idoso e a família, além de representar um enorme custo financeiro para o sistema de saúde.
Diante desse contexto, é inegável que o familiar cuidador do doente de Alzheimer necessita de informações atualizadas sobre a patologia, para que haja manejo e cuidado adequados consigo e com o próprio doente.
Fonte:
FERNANDES, Janaína da Silva Gonçalves; ANDRADE, Márcia Siqueira de. Revisão sobre a doença de Alzheimer: diagnóstico, evolução e cuidados. Psic., Saúde & Doenças, Lisboa, v. 18, n. 1, p. 131-140, abr. 2017.
FRIDMAN, Cintia et al. Alterações genéticas na doença de Alzheimer. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v. 31, n. 1, p. 19-25, 2004.
Lemos, Naira Dutra et al. Cuidando do paciente com Alzheimer: o impacto da doença no cuidador. Saúde e Sociedade v.15, n.3, p.170-179, set-dez 2006.
TRISTAO, Francisco Reis; SANTOS, Silvia Maria Azevedo dos. ATENÇÃO AO FAMILIAR CUIDADOR DE IDOSO COM DOENÇA DE ALZHEIMER: UMA ATIVIDADE DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Texto contexto – enferm., Florianópolis, v. 24, n. 4, p. 1175-1180, Dec. 2015