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Guia para armazenamento e uso correto da insulina no diabetes

A insulina é um hormônio essencial para o controle glicêmico de pacientes com diabetes tipo 1 e de muitos com diabetes tipo 2. No entanto, sua eficácia terapêutica depende diretamente do armazenamento e uso adequados. Erros nessas etapas podem comprometer a estabilidade do medicamento, reduzindo sua potência e aumentando o risco de complicações metabólicas. 

Neste artigo, abordaremos as melhores práticas para o armazenamento, manuseio e administração da insulina, garantindo a eficácia do tratamento e segurança para os pacientes. 

Por que o armazenamento correto da insulina é essencial? 

A insulina é uma proteína sensível a variações de temperatura, luz e movimentação excessiva. Quando armazenada ou manuseada inadequadamente, pode sofrer degradação química, resultando em: 

  • Redução da eficácia terapêutica, dificultando o controle glicêmico. 
  • Risco aumentado de hiperglicemia devido à perda de potência. 
  • Possibilidade de reações adversas, como inflamações no local da aplicação. 

A conscientização sobre essas questões pode evitar falhas no tratamento e garantir a estabilidade do medicamento. Abaixo, compartilhamos algumas dicas de como promover o correto armazenamento e garantir o uso adequado da insulina. 

Antes do uso 

A insulina que ainda não foi aberta deve ser armazenada em temperatura controlada entre 2°C e 8°C, preferencialmente dentro da geladeira. É importante evitar que o frasco ou a caneta fiquem próximos ao congelador, pois temperaturas abaixo de 0°C podem inutilizar o medicamento. 

Além disso, deve-se proteger a insulina da exposição direta à luz e ao calor excessivo, mantendo os frascos longe de fontes de calor como fogões, aquecedores e luz solar direta. 

Outro fator importante é verificar regularmente a data de validade do medicamento. O uso de insulina vencida pode comprometer o controle glicêmico e aumentar o risco de complicações metabólicas. 

Durante o uso 

Após a abertura, a insulina pode ser mantida em temperatura ambiente (até 25°C) por um período que varia entre 28 e 42 dias, dependendo do tipo e do fabricante. Esse armazenamento à temperatura ambiente é vantajoso em climas frios, pois evita desconforto ao paciente no momento da aplicação. 

É importante evitar oscilações bruscas de temperatura, razão pela qual não se recomenda armazenar insulina em locais como porta-luvas de automóveis ou perto de janelas, onde pode haver variação térmica significativa. 

Transporte seguro 

Quando houver necessidade de transportar a insulina, especialmente durante viagens longas, recomenda-se o uso de bolsas térmicas. No entanto, é importante evitar o contato direto com gelo ou elementos refrigerantes, pois o congelamento danifica a estrutura proteica do hormônio. 

Para viagens aéreas, a insulina deve ser transportada na bagagem de mão, pois a temperatura no compartimento de carga pode variar drasticamente e comprometer sua eficácia. 

Melhores práticas para a administração de insulina 

Escolha do dispositivo de aplicação 

A escolha entre seringas e canetas de insulina deve considerar as necessidades e habilidades do paciente. As canetas oferecem maior precisão na dosagem e são mais práticas, enquanto as seringas tradicionais representam uma opção mais acessível. 

Técnica correta de aplicação 

A aplicação deve ser feita em locais com tecido subcutâneo adequado, como abdômen, coxas e parte superior dos braços. Para evitar lipodistrofia – uma alteração no tecido adiposo que pode comprometer a absorção da insulina –, recomenda-se alternar os locais de aplicação regularmente. 

Para insulinas do tipo NPH ou misturas que contenham insulina intermediária, é necessário agitar suavemente o frasco ou a caneta antes do uso, garantindo a homogeneização do medicamento. 

Cuidados com a higiene 

A pele deve ser higienizada com álcool 70% antes da aplicação, reduzindo o risco de infecções. Além disso, seringas e agulhas usadas devem ser descartadas em recipientes específicos para resíduos perfurocortantes, evitando acidentes e contaminações. 

Sinais de insulina degradada ou ineficaz 

Assim como com outros medicamentos ou produtos, qualquer alteração na cor ou presença de partículas no líquido pode sugerir comprometimento da fórmula.  

Além disso, se o paciente apresentar hiperglicemia persistente, mesmo após a administração correta da dose, a insulina pode ter perdido sua eficácia. Em casos de suspeita, é recomendável substituir o frasco ou cartucho e consultar o médico responsável. 

Desafios e soluções no armazenamento e uso da insulina

Embora a conscientização sobre essas informações seja essencial para profissionais de saúde e pacientes, fatores externos podem comprometer o armazenamento adequado da insulina, aumentando o risco de degradação e perda de eficácia. Entre estes fatores  externos, temos a ocorrência de limitações de recursos e a educação do paciente. 

Limitações de recursos 

Em locais com acesso limitado à refrigeração, como regiões rurais, alternativas como o uso de garrafas térmicas com gelo podem ajudar a manter a temperatura adequada temporariamente. Entretanto, é importante que a insulina não entre em contato direto com o gelo para evitar o congelamento acidental. 

Esta limitação pode ser um desafio para o paciente e às equipes que orientam o tratamento. 

Educação do paciente 

A orientação ao paciente sobre a importância do armazenamento adequado da insulina para a eficácia do tratamento é uma responsabilidade dos profissionais de saúde que acompanham pacientes diabéticos. Por isso, estruturar a abordagem e destacar os pontos de atenção que devem ser ensinados é uma etapa essencial para o sucesso do tratamento. 

Conforme apresentado anteriormente, no conteúdo de hoje, revisamos as principais etapas da orientação sobre o armazenamento da insulina: 

  • A importância do armazenamento correto para preservar a eficácia da insulina. 
  • Como identificar sinais de insulina comprometida. 
  • O uso adequado dos dispositivos de aplicação, garantindo uma administração segura. 

A disseminação dessas informações contribui para uma melhor adesão ao tratamento, reduzindo riscos, prevenindo complicações e promovendo uma melhor qualidade de vida para os pacientes diabéticos. 

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Referências: 

Richter B, Bongaerts B, Metzendorf M-I. Thermal stability and storage of human insulin. Cochrane Database of Systematic Reviews 2023, Issue 11. Art. No.: CD015385. DOI: 10.1002/14651858.CD015385.pub2. Accessed 20 March 2025.  

Heinemann L, Braune K, Carter A, Zayani A, Krämer LA. Armazenamento de insulina: uma reavaliação crítica. J Diabetes Sci Technol. 2021; 15(1):147-159. DOI:10.1177/1932296819900258 

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