Todo mundo já fez exame de urina ao menos uma vez na vida. É um exame bastante comum, mas muito eficaz para determinar várias patologias.
A urinálise, um nome mais técnico para “análise da urina”, foi um dos primórdios da medicina laboratorial.
E isso não é exagero dizer, pois em hieróglifos do Egito antigo foram encontradas referências ao estudo da urina, numa ilustração onde havia um médico realizando a análise de um frasco de urina.
Ao contrário do que se pensa, exames de urina não detectam apenas infecções no trato urinário, pelo contrário, essa análise pode dar respostas bastante importantes para um diagnóstico.
Pensando na importância da urinálise para a área médica e laboratorial, na pauta de hoje iremos falar sobre as tiras de urinálise usadas nos exames laboratoriais, o que elas são, quais seus reagentes, o que elas conseguem detectar, sua utilidade e em que estabelecimentos elas são utilizadas com mais frequência.
O estudo da urina ao longo da história
Depois dos egípcios, outras civilizações antigas também estudaram a urina de forma a obter informações sobre as afecções do corpo humano, inclusive muitos nomes conhecidos da história da medicina estão ligados a este estudo, entre eles Hipócrates (460-370 a.C.), quando este escreveu a respeito da uroscopia.
Nas épocas antigas, as informações que geravam um diagnóstico provinham de observações de aspectos como:
- Coloração;
- Volume;
- Turvação;
- Odor;
- Viscosidade…
E até mesmo a presença de açúcar nas amostras, ao observar se ocorria a aproximação de formigas e outros insetos na urina do paciente.
Com o passar do tempo, esse exame de urina foi evoluindo gradativamente, chegando ao que hoje conhecemos como urinálise.
O que são tiras reagentes para urinálise?
São tiras compostas por plástico ou papel filtro e possuem indicadores químicos onde são as áreas reagentes cujos indicadores são reativos a presença de determinadas substâncias, células ou microrganismos.
Quando presentes, eles acabam por alterar a cor da fita de forma que essa alteração pode ser interpretada conforme o objeto que está sendo pesquisado – devido ao fato de que cada cor na fita corresponde a um determinado reagente.
Elas são uma maneira simples, rápida e eficaz para análise urinária e leitura de PH.
Os resultados são confiáveis e auxiliam de modo rápido a se chegar em um diagnóstico do possível problema.
Para que servem as tiras reagentes?
A tira de urinálise pode ser utilizada para vários aspectos com a finalidade de diagnóstico:
- Avaliação geral da saúde;
- Monitoramento de doenças metabólicas;
- Monitoramento de doenças sistêmicas;
- Doenças e disfunções renais;
- Alterações do sistema endócrino;
- Doenças ou alterações do trato urinário.
Isso se deve ao fato que é comum que a urina sofra alterações durante os estágios de alguma doença ou disfunção do corpo, alterações essas que são detectadas na urina antes mesmo de aparecerem no sangue.
As tiras de urinálise sem dúvida revolucionaram as tecnologias de análise de urina, obtendo resultados de exames bioquímicos com alta confiabilidade em poucos minutos.
Como funciona a Urinálise pelas tiras reagentes
Existem vários processos possíveis para uma análise de urina, além da análise por meio das tiras, como a análise microscópica e a cultura de urina.
Porém, as tiras se popularizaram muito, por serem um meio simples e de baixo custo para realizar a análise de certos parâmetros da urina.
O exame pelas tiras reagentes realiza uma análise da constituição bioquímica da urina através da reação obtida na amostra ao entrar em contato com alguns reagentes químicos.
A leitura da tira pode ser feita pela observação do profissional analista do laboratório ao verificar se houve mudança de coloração da tira ou mesmo realizar a urinálise por leitores semi-automáticos que aumentam ainda mais a precisão de leitura do resultado.
O que as tiras reagentes de urinálise podem detectar?
As tiras para análise de urina detectam de forma semiquantitativa de 10 a 11 parâmetros na urina.
Ou seja, testes feitos a partir das tiras de urinálise conseguem detectar os seguintes analitos na amostra de urina, de acordo com os objetivos do exame:
- Bilirrubina;
- Corpos cetônicos;
- Densidade específica;
- Glicose;
- Leucócitos;
- Nitrito;
- Sangue oculto;
- pH;
- Proteínas;
- Urobilinogênio.
Parâmetros da urina analisados pelas tiras
Cada parâmetro citado no tópico acima tem certos valores base estipulados que norteiam os resultados, confira.
Bilirrubina
É o pigmento da bile armazenado na vesícula biliar, que em condições normais, não costuma estar presente na urina. Quando detectada essa presença, isso pode sinalizar doenças no fígado, na vesícula ou distúrbios sanguíneos.
Corpos Cetônicos
A presença de corpos cetônicos na urina normalmente é sinal de um aumento da degradação dos lipídios para geração de energia, mostrando que os estoques de carboidratos estão comprometidos, o que pode acontecer em casos de diabetes descontrolada, jejum prolongado ou dieta muito restritiva.
Densidade
É a análise da capacidade de concentração de substâncias sólidas que estão diluídas na urina e quando está baixa pode dar um alerta para situações como: uso excessivo de líquidos, diabetes e hipertensão. Já densidade alta pode indicar desidratação ou insuficiência cardíaca.
Glicose
Quando a glicose é identificada na urina em excesso, ela pode sinalizar diabetes ou alterações do pâncreas; ou que os rins não estão conseguindo reabsorver a glicose de forma correta devido a algum problema renal.
Leucócitos
A detecção de leucócitos na urina costuma ser um indicativo de que há alguma inflamação das vias urinárias, em geral, uma infecção, mas pode significar várias outras situações: traumas, uso de substâncias irritantes ou inflamações não causadas por agentes infecciosos.
Nitritos
Eles são evidência da presença de Enterobacteriaceae, uma bactéria que converte nitratos de urina em nitrito. O ideal é fazer mais exames para complementar o diagnóstico de uma possível infecção bacteriana.
pH Urinário
O pH em condições normais na urina apresenta numerações levemente ácidas que oscilam entre 5,5 a 7,5. Quando o pH estiver abaixo de 5,5, pode ser sintoma de doenças nos túbulos renais e se acima de 7,5 sinaliza a possível presença de bactérias.
Proteínas
Os rins também são responsáveis pela conservação das proteínas plasmáticas, para que essas não sejam excretadas quando a urina é produzida, porém quando a concentração de proteína na urina está alta, ela pode representar dano aos glomérulos e/ou aos túbulos renais.
Sangue Oculto
Sangue na urina está normalmente relacionado a problemas renais ou no trato urinário. Mas também pode acontecer por prática excessiva de atividade física e nesses casos não é algo preocupante, caso dure por um período inferior a 24 horas.
Urobilinogênio
Este é um produto oriundo da degradação da bilirrubina pelas bactérias intestinais, que é levado para o sangue e excretado pelos rins. O urobilinogênio é encontrado naturalmente na urina, sem qualquer significado clínico – mas quando presente em altas quantidades e junto com outras alterações no exame de urina e de sangue pode ser sintoma de alguma doença hepática ou alterações sanguíneas.
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