Mesmo quem não é portador de diabetes, com certeza já deve ter ouvido falar nos “tipos” da doença – classificados pelos números 1 e 2. Mas você sabe a diferença entre eles?
O termo geral que nomeia a doença é “Diabetes Mellitus” e refere-se a essa afecção caracterizada pela hiperglicemia, um aumento excessivo da glicose (açúcar) no sangue. Mas essa classificação dos tipos de diabetes costuma causar dúvidas, então vamos explicar tudo no artigo de hoje. Vem comigo!
Entendendo o que é o diabetes
É uma doença caracterizada pela elevação anormal dos níveis de glicose no sangue – a hiperglicemia. O diabetes pode ocorrer por múltiplas causas e em diferentes fases da vida, por questões de caráter hereditário, disfunções do organismo, maus hábitos alimentares, sedentarismo e/ou obesidade.
Quando a concentração de açúcar fica frequentemente muito alta provoca uma série de prejuízos para a saúde, sendo um dos principais o aumento do risco de doenças cardiovasculares, renais e oculares.
No entanto, o aumento dessa taxa de açúcar no sangue não costuma ocorrer apenas por causa de um fator isolado. Tanto o diabetes tipo 1 como o tipo 2 resultam da hiperglicemia, mas há diferenças entre eles.
Abaixo você vai entender quais as diferenças entre o diabetes tipo 1 e tipo 2, mas já ressaltamos que a doença possui essas classificações para ajudar a definir o tratamento mais adequado para cada caso.
Diabetes tipo 1 – características da doença e informações relevantes
No diabetes do tipo 1, o que causa a elevação dos níveis de açúcar no sangue é a falta ou produção insuficiente do hormônio insulina – responsável por manter os níveis de açúcar no sangue sob controle.
A insulina é secretada pelo pâncreas e, no diabetes tipo 1, este órgão não funciona corretamente por conta de uma reação autoimune, ou seja, o corpo produz erroneamente anticorpos contra as células do pâncreas. O que desencadeia esse processo de autoimunidade ainda não está claro.
O diabetes tipo 1 é um problema que não pode ser prevenido, pois não relaciona-se com o tipo de alimentação, tampouco com os hábitos da pessoa – consistindo em uma condição do organismo, sendo muitas vezes por fatores hereditários.
Nesse tipo de diabetes, o sistema imunológico e as células de defesa da pessoa passam a atacar as células do pâncreas que são responsáveis pela produção da insulina, levando o organismo a gradativamente perder sua capacidade de metabolizar a glicose.
Isso ocorre pela insulina ser o hormônio responsável pela entrada da glicose nas células, a qual será utilizada para produção de energia, elemento essencial para que o organismo desempenhe diversas funções.
Como o pâncreas perde sua capacidade de produzir insulina, o açúcar não é metabolizado corretamente e tende a se acumular na corrente sanguínea.
Dessa forma, o diabetes tipo 1 consiste em um problema de saúde que costuma ser diagnosticado em crianças e adolescentes, mesmo os que cultivam hábitos saudáveis. Inclusive adultos podem ser diagnosticados com a doença.
Isso porque a produção de insulina, apesar de ainda existir, pode ser insuficiente, levando a pessoa a conviver com o problema de forma silenciosa por vários anos, até aparecerem sintomas ou complicações mais significativas.
Quando o diagnóstico do diabetes do tipo 1 é feito tardiamente, denomina-se diabetes tipo LADA, ocorrendo geralmente em pessoas com mais de 35 anos de idade, que apresentam uma secreção residual de insulina.
O diabetes tipo 1 acomete mais comumente crianças e adolescentes, e o tratamento é feito através de injeções de insulina, associado a orientação alimentar conduzida por nutricionista.
O diabetes tipo 1 não possui cura mas é tratável. E o tratamento evoluiu significativamente nos últimos anos com insulinas de melhor qualidade e métodos mais modernos, práticos e assertivos para medição da glicose no sangue.
Diabetes tipo 2 – características da doença e informações relevantes
No caso da diabetes tipo 2, o aumento da glicemia ocorre por uma resistência do corpo frente à ação da insulina – ou seja, o corpo consegue produzir insulina – mas esta não consegue agir.
Essa resistência à insulina é consequência da quantidade de gordura corporal acumulada, principalmente no abdômen, de forma que o tipo 2 costuma manifestar-se em indivíduos acima de 40 anos, geralmente afetados por sobrepeso e que possuem histórico familiar da doença.
A pessoa que desenvolve o diabetes do tipo 2 acaba perdendo a sensibilidade à insulina, ou seja, como as células do organismo estão pouco sensíveis à ação deste hormônio, o pâncreas precisa aumentar cada vez mais a quantidade de insulina produzida para conseguir controlar os níveis de açúcar na corrente sanguínea.
Para o tratamento do diabetes tipo 2 é obrigatória a reeducação alimentar para perda de peso e prática de atividade física, além do uso de medicações que também em geral é necessário e de acordo com o caso, aplicação de insulina.
Também é recomendado evitar hábitos nocivos, como o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas e outras recomendações em relação à saúde ocular e ao cuidado com os pés.
Assim como o tipo 1, o tipo 2 também não torna possível se falar em cura, mas após perda significativa de peso e mudança intensa de hábitos é possível para alguns indivíduos atingir uma normalização dos níveis de glicose.
O diabetes do tipo 2, portanto, é um problema que pode sim ser evitado, pois caracteriza-se por uma resistência à ação da insulina, condição essa que se desenvolve com o passar dos anos por conta de hábitos inadequados, alimentação desregrada, sedentarismo e obesidade.
Esse tipo de diabetes não é frequente de ocorrer em crianças, porém, com o alto consumo de alimentos ultraprocessados – que são ricos em açúcar e gordura – aliado a hábitos inadequados e sedentarismo percebe-se que vem aumentando significativamente a ocorrência da diabetes tipo 2 entre crianças e jovens.
Tudo entendido sobre os tipos de diabetes?
A diferença básica do tipo 1 para o tipo 2 é que, no primeiro caso, ocorre redução ou falta de produção de insulina; e no segundo, o organismo fica resistente à ação desse hormônio.
Porém, independente do tipo da doença, o controle do diabetes é fundamental para evitar uma série de complicações nos nervos, olhos, coração, artérias e rins e até mesmo desencadear condições mais graves que podem levar o indivíduo a óbito.