O ano de 2020 foi marcado com a pandemia da COVID-19. A cada dia possível ter mais informações sobre os efeitos, os sintomas e as complicações do vírus no organismo humano. A chamada Síndrome pós-COVID-19 reúne uma série de sintomas: fadiga, fraqueza, dor muscular, dor crônica, déficits cognitivos e dificuldades na respiração, que podem durar por semanas ou meses.
Estudo realizado em países da Europa, como a Itália (que tiveram lockdown e enfrentam uma segunda onda da doença), já denotam que mais de 87% dos pacientes apresentam pelo menos persistência de um dos sintomas da doença.
No Brasil, a pandemia entra no décimo mês e a comunidade médica também já começa a registrar em estudos os sintomas apontados pelos pacientes pós fase aguda da doença. Dentre eles, cefaleia (dor de cabeça) persistente, perturbação do sono, alteração do olfato e paladar, que também resultaram em perda ponderal e a não recuperação do peso por persistência destas alterações. As sequelas podem ser multissistêmicas e podem acometer todo tipo de paciente. É mais comum nos pacientes que tiveram quadro grave, com internações prolongadas, mas pacientes com quadros leves ou moderados podem também apresentar sequelas.
A fibrose pulmonar (cicatriz da inflamação pulmonar) é a sequela mais frequente relacionada ao trato respiratório, causando sintomas como uma tosse crônica a uma dificuldade de respirar. Mas há ainda relatos de problemas cardiovasculares como arritmias e insuficiência cardíaca que pode ser uma consequência da inflamação do músculo cardíaco (miocardite) que pode ocorrer durante a infecção. Essas manifestações ocorrem tanto na fase aguda da doença quanto depois do período crítico. A recomendação médica é de que todos os pacientes após uma infecção pelo vírus façam um check-up cardiológico e pulmonar.
O sistema neuropsiquiátrico também pode ser afetado, sintomas como: esquecimento, déficit de atenção e de memória estão entre as sequelas da COVID-19 nesse sistema.
O coronavírus atravessa o sistema nervoso provocando deficiência como uma encefalite viral, e pode provocar processos desmielinizantes, como a Síndrome de Guillain-Barré, condição na qual o sistema imunológico atinge os nervos periféricos e os ataca, acarretando formigamentos, dificuldade motora e perda de força dos membros de forma ascendente. Durante o pico da infecção, delírios e até psicose são registrados e, especialmente os idosos, podem evoluir para um declínio cognitivo. Médicos advertem que pode haver sequelas psicológicas, como a depressão.
A ciência ainda não mapeou todas as sequelas da COVID-19, tampouco determinou o tempo em que estes problemas podem ocorrer. Em alguns pacientes, os sintomas são percebidos de 15 a 20 dias após a fase aguda, principalmente nos casos que precisaram de internação e cuidados intensivos. Em outros casos, até três meses depois as intercorrências podem persistir e estão relacionadas ao impacto do coronavírus no organismo.
Vale ressaltar que, por ora, essas ocorrências são relatadas nos pacientes que testaram positivo e tiveram sintomas de COVID-19. Contudo, não se descarta que, no futuro, os estudos demonstrem que os pacientes assintomáticos também possam apresentar sequelas.
Estudos apontam que idosos, atletas, obesos, gestantes e até crianças não estão livres de apresentarem sequelas e complicações da infecção. Ainda não há uma regra, mas já existe uma prevalência nas pessoas com doenças preexistentes, como diabetes, obesidade, imunodeficiência ou condições como tabagismo que podem agravar quadros pulmonares e nas pessoas de mais idade.
Falta de ar, cansaço, dores musculares, perda de olfato e paladar e distúrbios de ansiedade, esse conjunto de sintomas ligados às sequelas da COVID-19 precisam ser combatidos de forma multidisciplinar.
O paciente deve fazer um check-up cardíaco e procurar um pneumologista. A fisioterapia é indicada para reabilitação e tratamento dos problemas musculares e respiratórios. Em alguns casos, há intervenção medicamentosa.
Nessa linha de cuidados, também são importantes as avaliações de psicólogos, psiquiatras e de um geriatra para os pacientes idosos.
A vacina já foi desenvolvida e sua eficácia foi comprovada, porém os cuidados devem continuar. Mesmo após a vacina, a população deverá manter o distanciamento social, evitar aglomerações, lavar as mãos frequentemente e higienizá-las com álcool gel e usar máscara.
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Créditos:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/noticias/?p=305698