Todo o sistema vacinal contra a Covid-19 é de duas doses. No entanto, após a variante Omicron surgir, as doses de reforço também se tornaram prioridade. Desse modo, é importante entender quais são os motivos para seguir todo o protocolo.
Vacina contra Covid-19
Após alguns meses de pandemia, os estudos para desenvolver uma vacina imunizante contra o vírus já estavam acontecendo em laboratórios do mundo inteiro. Então, por se tratar de uma vacina nova, ainda há muitos que se sentem inseguros sobre ela.
Isso se agrava um pouco mais por conta do esquema vacinal. Em um primeiro momento se acreditava que seria apenas uma dose, mas agora há grupos que já tomaram a quarta. As chamadas doses de reforço são a principal fonte de preocupação na etapa atual.
Por que tomar a terceira e quarta dose?
Diante desse cenário, é preciso entender que os estudos sobre a eficácia das vacinas continuam e eles propõem ajustes. A fim de entender os motivos disso, é preciso saber:
- Como as vacinas funcionam;
- Estudos sobre a eficácia das vacinas;
- Esquema vacinal contra Covid-19.
Como as vacinas funcionam?
Mais de 200 vacinas contra a Covid-19 foram feitas a fim de imunizar a população. Assim, cada uma delas usa um método já confirmado em outras produções, como a da gripe e do sarampo, por exemplo. Entre as que estão em uso no Brasil, os principais métodos são:
- Vetor viral;
- RNA mensageiro;
- Vírus inativado;
A seguir, entenda de forma breve como esse vírus atua no corpo humano e como esses três tipos de vacinas impedem que ele continue o seu ciclo de vida.
Ciclo do vírus
Quando alguém se infecta com o coronavírus, ele vai procurar células dentro do corpo da pessoa nas quais ele possa se alimentar e sobreviver. Nesse caso, ele faz isso por meio da proteína S, se insere dentro da célula e após algum tempo a destrói.
Com isso, quanto mais células são destruídas, a saúde fica mais frágil e a pessoa pode chegar a óbito. Embora o sistema de defesa tenha as suas estratégias, ele ainda não conhecia o SARS-CoV- 2 e não tinha memória de como combatê-lo.
Ação das vacinas
Pode-se dizer que esse é um ciclo comum na categoria dos vírus, então a tecnologia das vacinas do mundo inteiro seguiram o que já ocorre em outras. Assim, veja um resumo de como cada uma atua.
Vetor viral
Usa um vírus que sofreu uma mudança genética feita em laboratório para carregar parte do DNA do SARS- CoV-2. Assim, uma vez dentro do corpo humano, isso é o suficiente para ativar uma reação do sistema imune e gerar a memória contra o vírus.
RNA mensageiro
Nessa tecnologia, usa-se o material genético do vírus, o qual contém a proteína S. Esse material funciona como um guia para produzir essa última e se instalar em uma célula. Então, isso ocorre e o corpo inicia o combate contra ele, além de guardar a memória.
Vírus inativado
Usa um vírus inativado, isto é, morto em laboratório e que não tem poder para causar a doença. Mas, ainda consegue provocar a resposta do organismo e gerar a memória de como combatê-lo.
Foto: o ciclo de vacinas contra Covid-19 é de duas doses e as outras são de reforço
Eficácia das vacinas
Antes de começarem as aplicações, os estudos que criaram essas vacinas já definiram qual era a porcentagem de eficácia. Assim, entre as principais que chegaram ao Brasil, o índice é:
- AstraZeneca/ Oxford: 70,4%;
- CoronaVac/ Sinovac: 50,38%;
- Pfizer/ BioNTECH: 95%.
Elas usam, de forma respectiva, as tecnologias de vetor viral, vírus inativado e RNA mensageiro. Desse modo, ainda que ajam contra o mesmo invasor, o seu modo de trabalhar é distinto, logo o intervalo entre duas doses também.
Intervalo entre as doses
Da mesma forma que a vacina contra a gripe, por exemplo, essas opções que estão em aplicação também tem um ciclo. Então, para que estejam completas precisam de um número x de doses e, após algum tempo, de reaplicação.
O ciclo de vacinas completo é o de duas doses e elas devem ser do mesmo fabricante a fim de garantir que funcionem da forma esperada. Além disso, cada uma delas tem um intervalo distinto:
- CoronaVac: 28 dias após a primeira dose;
- Pfizer: oito semanas após a primeira dose;
- AstraZeneca: 12 semanas após a primeira dose.
Por que tomar a terceira dose?
Desde 2020, quando a pandemia começou, o vírus passou por algumas mutações que manifestam a doença com sintomas diferentes, mais leves ou mais graves. Então, os principais motivos para tomar além das duas doses são:
- Novas variantes;
- A eficiência da vacina cai depois de alguns meses;
- Tomar doses de reforço aumenta a imunidade contra novas variantes.
Alguns meses após as duas primeiras doses, estudos indicaram que há uma queda significativa no número de anticorpos. Assim, a eficácia das vacinas pode cair entre 10 e 30% em quatro meses, por exemplo.
Quando se trata, porém, do combate às novas variantes, esse dado é mais alarmante. Para a Omicron, a AstraZeneca saiu de 50% e caiu para o máximo de 20%. Desse modo, a terceira dose é uma forma de aumentar esse número de novo.
As vacinas funcionam para as novas variantes?
Mesmo que elas não tenham o mesmo resultado diante das variantes, ajudam o corpo a criar defesas. Mas, ainda há dúvida sobre a chance de uma quarta dose, uma dose anual ou até mesmo de quais os efeitos delas após longo prazo.
Como funciona a terceira dose?
Ela atua como um reforço para que o corpo renove seus anticorpos e possa combater as mutações do vírus SARS-CoV- 2. Mas, há algumas regras diferentes em relação às duas primeiras, por exemplo:
- Deve ser feita após cinco meses desde as duas primeiras doses;
- Ela não precisa ser a mesma das primeiras doses, no Brasil;
- Visa atualizar o sistema de defesa contra o vírus na produção de mais anticorpos.
4° dose
Ela, que também seria de reforço, ainda não é um consenso científico. No entanto, o Ministério da Saúde a recomendou para idosos com mais de 80 anos. Além desse público, pessoas acima de 18 com problemas no sistema imune também podem tomá-la.
Por que tomar todas as doses?
Diante do cenário com o vírus em constante mudança e a queda de eficácia das vacinas após alguns meses, tomar as três primeiras doses se torna crucial. Elas não evitam os sintomas da doença de forma completa, mas diminuem a sua gravidade e salvam vidas.