Quanto mais cedo descobrir a doença, mas eficaz o tratamento. Confira no artigo.
No Brasil, a leucemia é um dos tipos de câncer mais comuns entre a população. Entre os homens, a doença está na nona posição, entre as mulheres ela ocupa o 11º lugar. Quanto mais cedo a leucemia for diagnosticada, melhor para tratar.
É para conscientizar os brasileiros sobre a importância do diagnóstico precoce e sobre a importância da doação de medula óssea que surgiu a ideia do ‘Fevereiro Laranja para a prevenção e o combate à leucemia’. Só para se ter uma ideia, para cada ano do triênio 2020-2022 serão diagnosticados, no Brasil, mais de 10 mil novos casos de leucemia.
As informações são do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que alerta sobre a conscientização da necessidade de exames, como o hemograma. Esse é um exame simples e pode ser realizado por qualquer pessoa durante exames periódicos.
Sintomas da leucemia
Na maioria das vezes, o paciente com leucemia não apresenta sintomas. Entretanto, à medida que a doença vai avançando, alguns sinais surgem decorrentes do acúmulo de células defeituosas na medula óssea. Esse ‘defeito celular’ impede a produção das células sanguíneas normais. Isso faz com que ocorra a diminuição dos glóbulos vermelhos, ocasionando a anemia.
A redução nos glóbulos vermelhos provoca o aparecimento de determinados sintomas como: fadiga, falta de ar, palpitação, dor de cabeça, entre outros. Já quando há diminuição nos glóbulos brancos, o paciente fica com baixa imunidade, expondo o organismo a infecções graves ou recorrentes.
A leucemia também provoca uma queda no número de plaquetas, provocando sangramentos nas gengivas, nariz e manchas roxas (equimoses) ou pontos roxos (petéquias) na pele.
Mas não são apenas esses sintomas que caracterizam a leucemia, entre muitos outros podemos citar também:
- Dificuldade na respiração;
- Pontos vermelhos na pele por causa de sangramentos;
- Anemia;
- Suores noturnos;
- Inflamação nos gânglios linfáticos;
- Dor nos ossos ou nas juntas;
- Infecções recorrentes;
- Febre inexplicável.
Quais são as causas da leucemia?
Muitos estudos são realizados para entender as causas da leucemia, porém, ainda pouco se sabe sobre o que provoca esse tipo de câncer. Sabemos apenas que a doença está associada a alguns fatores de riscos, como: Tabagismo, Benzeno (encontrado na gasolina), histórico familiar, exposição a agrotóxico, infecção por vírus de hepatite B e C, doenças hereditárias, etc.
Há dois tipos de leucemias: crônica (possui evolução lenta) e a aguda (evolui rapidamente). Conheça um pouco sobre elas:
- Crônica: Esse tipo de leucemia é descoberto durante exame de sangue de rotina. A doença se agrava lentamente. Quanto maior o número de células leucêmicas, mas sintomas aparecem, como inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções. No início os sintomas são brandos, mas avançam com o passar do tempo.
- Aguda: Diferente da leucemia crônica, a aguda avança rapidamente pelo sangue. Isso deixa o paciente ainda mais debilitado num curto intervalo de tempo.
Além das características leucêmicas citadas acima, há aquelas baseadas nos tipos de glóbulos brancos que elas afetam: linfoides ou mieloides. Quando a doença afeta as células linfoides, elas são chamadas de linfoide, linfocítica ou linfoblástica. Já quando atacam as células mieloides recebem o nome de mieloide ou mieloblástica.
Com isso, surgem outras classificações da doença:
- Leucemia linfoide crônica: Esse tipo de câncer afeta diretamente as células linfoides, desenvolvendo-se de forma lenta. Geralmente, o diagnóstico da doença é feito em pessoas com mais de 55 anos. Esse tipo de câncer raramente afeta crianças.
- Leucemia mieloide crônica: As células mieloides são afetadas pela doença, mas o seu avanço é bem lento. Esse tipo de leucemia é presente apenas em pessoas adultas.
- Leucemia linfoide aguda: Células linfoides são afetadas de maneira agressiva pelas células cancerígenas. O avanço da doença é bem rápido. É muito comum em crianças pequenas, mas também afeta pessoas adultas.
- Leucemia mieloide aguda: Esse tipo também afeta rapidamente as células mieloide. Tanto adultos quanto crianças podem apresentar Leucemia mieloide aguda.
Como é feito o diagnóstico
Para confirmar se o paciente está com câncer no sangue, o médico solicita exames de sangue, sendo o principal o hemograma. Quando a suspeita é confirmada, o resultado do hemograma estará alterado. Neste caso, haverá aumento ou redução no número de leucócitos.
A partir da verificação do hemograma, o médico vai solicitar outras análises laboratoriais: exames de bioquímica e da coagulação. Além disso, para uma confirmação mais precisa é realizado o exame da medula óssea (mielograma). Nesse momento é retirada uma amostra de sangue proveniente do material esponjoso encontrado dentro do osso. O material é enviado para as seguintes análises: citológica (avaliação da forma das células), citogenética (avaliação dos cromossomos das células), molecular (avaliação de mutações genéticas) e imunofenotípica (avaliação do fenótipo das células).
Tratamento da leucemia
Para destruir as células cancerígenas presentes no sangue é realizado um tratamento que envolve quimioterapia, controle das infecções, controle das complicações hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal).
Para casos de alto risco, é recomendado o transplante de medula óssea. Mas para que isso seja possível, os médicos tentam buscar doadores entre os familiares de primeiro grau do paciente. Se alguém da família for compatível, a cirurgia é realizada.
Entretanto, se não houver doadores entre os familiares, surge a necessidade de buscar a compatibilidade e esta é registrada em um banco de medula. Com a doação de voluntários compatíveis é feito o procedimento de coleta do material, sendo realizado o transplante.
É para salvar vidas que “Fevereiro Laranja” existe. A campanha conscientiza as pessoas sobre a importância da doação de medula óssea, que tem pouca adesão no Brasil. Além disso, mostra o quão necessário é realizar exames periódicos para detectar precocemente a doença e tratá-la corretamente.