Em 2022, foram registradas no Brasil cerca de 1.016 mortes por causa da dengue, inclusive, esse volume superou os anos anteriores. Portanto, isso alerta para uma nova epidemia da doença que vem em número crescente nos primeiros meses de 2023.
Como anda a situação da dengue no Brasil?
Os casos da doença estão subindo, o que eleva a necessidade de redobrar os cuidados para que não se tenha uma pandemia no país. A situação atual é de extrema preocupação e exige medidas mais firmes contra a proliferação do mosquito.
A previsão negativa para 2023 se dá por conta do grande número de chuvas no primeiro trimestre do ano, o que ajuda a ter água parada e assim, aumenta o número de criadores.
Nos últimos anos, o foco esteve em conter a pandemia de Covid-19, talvez, essa seja uma das razões para o descontrole da dengue no Brasil. Infelizmente, há sempre novos casos, porém, os dados atuais estão maiores que os anteriores.
Segundo informações disponíveis no último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, de janeiro de 2023, houve um aumento de 162,5% em relação a 2022. Enfim, espera-se que no decorrer do ano, essa porcentagem seja ainda maior.
Dengue pode matar
A dengue é uma doença que afeta a todas as faixas etárias, mas, nos idosos e em quem possui doenças crônicas, como pressão alta e diabetes, têm mais riscos de evoluir para um caso mais grave, o que pode levar, inclusive, à morte.
O vírus, aliás, é transmitido pela fêmea do mosquito infectado e atualmente tem quatro sorotipos diferentes, logo, todos podem causar tipos de dengue diferentes.
Além da forma comum da doença, existe também a hemorrágica, que é uma complicação do vírus. Ela altera a coagulação sanguínea, ela é mais frequente em quem contrai pela segunda vez.
Na dengue hemorrágica, então, ocorre sangramento nasal e nas gengivas, além dos hematomas pelo corpo todo. Enfim, ela dura em torno de uma semana.
Os sintomas são os mesmos, no entanto, a diferença é que enquanto a febre diminui pelo terceiro dia, começam a aparecer pelo corpo sangramentos, tanto nos vasos da pele, quanto em órgãos internos.
Sintomas da doença
Os principais sintomas da doença são a febre alta, acima de 38 graus, assim como as dores pelo corpo, falta de apetite e dor ao movimentar os olhos.
Quais são os locais com mais casos de dengue no país?
Os dados de 2022 já davam sinais de alerta, pois o crescimento é exponencial. Acredita-se que o número de casos será ainda maior em 2023. Todas as informações deste ano anunciam um aumento de pessoas infectadas.
Em algumas regiões do país, de fato, a situação é ainda pior, como acontece no Centro-Oeste, seguidos pela região Sul e Sudeste.
Já essa última conta com cerca de 537 casos da doença por 100 mil habitantes. Além, disso, os dados do Ministérios da Saúde indicam quais foram as cinco cidades mais atingidas, são elas:
- Brasília;
- Goiânia;
- Aparecida de Goiânia;
- Joinville;
- Araraquara;
- São José do Rio Preto.
Por último, uma quantidade tão alta de casos só foi registrada no Brasil em 2015, com cerca de 980 casos, o que tornou 2022 como o mais mortal por conta da doença. Por isso, o momento é de preocupação e reforço nas medidas de proteção contra a doença.
Mudança nos casos de dengue
Antes, as cidades mais afetadas eram as mais quentes e úmidas, porém, a mudança se deu porque áreas onde haviam poucos ou nenhum registro da doença, também passaram a ter infectados.
Entram nessa lista lugares como Joinville e Blumenau, por exemplo, que ficam em Santa Catarina e por sua vez, apresentaram um grande número de infectados em 2022.
Por que houve tantos casos de dengue em 2022?
Dois dos principais motivos foram o período de chuvas, isso somado a diminuição dos cuidados para prevenção dos focos da doença. Afinal, de janeiro a março é maior o risco de água parada, que é o cenário ideal para o mosquito Aedes Aegypti.
Por outro lado, desde o começo da pandemia, os esforços se voltaram para a Covid-19, inclusive, o olhar do governo, que faltou em muitos municípios com as políticas públicas. Por isso, em casos de dengue redobre os cuidados.
Entende-se por essas políticas toda ação vinda do poder público que tem como objetivo orientar a população para os cuidados de prevenção da doença. Afinal, para controlá-la é preciso erradicar o vetor e isso só é feito com a ajuda de todos.
Ações que podem ajudar a diminuir os casos de dengue
Com uma ação conjunta entre moradores e serviços públicos é possível diminuir os números de casos, dentre elas pode-se citar:
- visitas às residências pelos agentes de endemias;
- fumacê com mais frequência;
- postos de agentes de saúde para conscientização.
Ações a nível nacional como campanhas no período mais crítico, investir em comerciais, cartazes, além de carros de som com avisos de conscientização. Assim, tudo que chegue na população, principalmente, as mais distantes deve ser feito.
Evite a doença
A doença é viral e se dá através da picada da fêmea do mosquito. Por isso, o mais importante é eliminar os focos de água parada, que é onde ela se reproduz. A principal medida é evitar a proliferação.
Para isso é preciso colocar areia nos vasos de plantas, não deixar água parada nos ralos, calhas e qualquer outro objeto que possa ficar uma poça. O menor local já pode servir de criadouro para o mosquito Aedes.
Há vacina contra a dengue?
A prevenção é a única forma, atualmente. Além disso, a mais eficaz é reduzir o número de pessoas infectadas pela doença. Para assim, contrariar as estatísticas de que o ano seja ainda pior em número de casos.
Saiba que a Anvisa aprovou a primeira vacina contra o vírus da dengue. A previsão é vacinar a partir de 4 anos e ainda está em discussão a quantidade de doses. Outro ponto importante é que ela estará disponível a partir do segundo semestre do ano.
Essa, então, é mais uma chance de salvar vidas, por isso, fique atento às novidades da saúde e previna-se tomando os devidos cuidados em sua casa.